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Metodologia simples e prática para metalocerâmica

Ao falar em elemento single, a metalocerâmica é a melhor opção? David Morita faz uma avaliação, diante de tantos materiais livres de metal disponíveis no mercado.

Até hoje, a metalocerâmica faz parte da grande demanda de muitos laboratórios de prótese dentária em todos os países do mundo. Inúmeros técnicos renomados nortearam os caminhos que a aplicação sobre metal pode alcançar. O professor Juvenal de Souza Neto, por exemplo, já mostrou e provou cientificamente os alcances e resultados que a prótese dentogengival pode atingir. A combinação de cerâmica com cores de dentes e efeitos, juntamente com cerâmica para gengiva, revolucionou o mercado de próteses que repõem não somente dente, mas também gengiva. Porém, o propósito aqui não será falar sobre prótese dentogengival, mas sobre os avanços tecnológicos dos novos materiais cerâmicos, cuja finalidade é ser aplicado sobre metal.

Não faz muito tempo que a Ivoclar Vivadent inovou ao criar um componente para ser utilizado na fabricação da cerâmica IPS Style, denominado oxiapatita – o qual tem como propósito melhorar a reflexão da luz quando em contato com a cerâmica, proporcionando um resultado mais estético e natural nas restaurações conjugadas de metal e cerâmica. A leucita, a fluorapatita e a oxiapatita produzem uma combinação perfeita para resultados de alta performance. Claro que a luminosidade muitas vezes precisa ser controlada para cada caso, seja em personalização ou em um único elemento. Ao falar em elemento single, nem sempre a melhor opção é a metalocerâmica, diante de tantos materiais livres de metal disponíveis no mercado.

Todo tratamento com metal precisa estar de acordo com a recomendação do fabricante. Isso porque existem vários fornecedores e que utilizam diferentes sistemas de confecção de ligas metálicas. Por exemplo, alguns preconizam jateamento de óxido de alumínio após a oxidação e outros não. De acordo com cada combinação de componente, um tratamento é indicado para a cerâmica ter comportamento estável.

A IPS Style nunca pode ser usada em metais que contenham berílio, por ser incompatível com este componente, pois, imediatamente após o resfriamento da peça, sugirá uma “escamação” da cerâmica que arruinará todo o trabalho técnico. Com o surgimento desta cerâmica, foram desenvolvidos também os pigmentos IPS Ivocolor, que podem ser utilizados dentro e fora da IPS Style – resultando em uma infinidade de cores a partir desta combinação.

Para ilustrar, a sequência de imagens demonstra como é fácil utilizar esta cerâmica e como é simples alcançar bons resultados (Figuras 1 a 9). A aplicação do opaco inicia com uma fina camada para permitir que uma segunda camada cubra toda a superfície do metal e, assim, seguir para a etapa adiante. Caso alguma área não tenha mascarado o metal, pode-se fazer um retoque. Em seguida, aplica-se uma fina camada de dentina opaca em toda a peça. Sobre a dentina opaca, aplica-se uma camada de dentina, dando o contorno e o volume necessários para a correta obtenção da cor e forma do dente a ser reproduzido, lembrando que é essencial deixar o espaço ideal para a cobertura de esmalte.

A dentina precisa ter sido construída com formação lobular, sobre a qual vai uma delgada camada de algum material translúcido, dando continuidade na camada de dentina já aplicada sobre a dentina opaca. Após a condensação adequada e a secagem, a peça é levada ao forno para a primeira queima de dentina/incisal. Uma vez adaptada a peça ao modelo, depois da primeira queima, preparam-se pequenas porções de cerâmica misturadas com pigmentos para criar efeitos nos dentes de cerâmica antes da aplicação do esmalte.

A mistura de pigmento com cerâmica otimiza o espaço protético e garante uma ótima resposta de cor. Ao realizar a queima das caracterizações, é importante diminuir 10ºC a temperatura final e ter muito cuidado com pigmentos, que são extremamente fortes e podem deixar resultados muito marcantes e artificiais. Para a cobertura correta do esmalte, são utilizados opalescentes ao invés de incisais (que baixa o valor da restauração).

No caso apresentado, foi separada a camada de esmalte da dentina, pois a queima do esmalte deve ser feita na mesma temperatura da primeira queima da dentina. Ou seja, nenhum parâmetro deve ser modificado da primeira queima de dentina para a queima de esmalte, caso seja feita a aplicação utilizando esta metodologia.

Em seguida, basta realizar o acabamento da peça utilizando pontas diamantadas de corte fino, para evitar lascas e fraturas de pequenas áreas da cerâmica já aplicada. Borrachas e polidores devem ser usados antes do glaseamento final da peça. Na sequência, é realizada uma aplicação sobre uma prótese fixa de três elementos utilizando a cerâmica IPS Style em combinação com os pigmentos IPS Ivocolor.

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