Protocolo de maxila: Ivete Sartori apresenta caso de paciente com sete meses de acompanhamento que recebeu implantes imediatos e prótese em carga imediata.
As próteses implantossuportadas dentogengivais híbridas (conhecidas no Brasil como próteses do tipo protocolo) de maxila, quando instaladas em carga imediata, podem ser objeto de queixas após o período de cicatrização dos tecidos moles em relação ao escape de ar, principalmente em casos de implantes imediatos. Frente ao problema, todo o formato interno deve ser observado, assim como a adaptação ao rebordo. Na maioria dos casos, será necessário fazer um reembasamento em laboratório, para isso, é preciso informar a relação atual prótese/rebordo.
Para ilustrar o problema, será apresentado um caso de paciente com sete meses de acompanhamento que recebeu implantes imediatos e prótese em carga imediata (Figura 1), mas com queixa de desconforto na fonética. Ao exame clínico com a prótese ainda instalada, observou-se bom contato com rebordo no setor anterior, porém havia presença de espaços nas laterais da prótese correspondentes às áreas que haviam recebido implantes imediatos (Figuras 2).
Ao remover a prótese, notou-se que o formato interno estava satisfatório (Figura 3) e que o volume de resina no sentido horizontal estava adequado e permitia o correto acesso à higienização. Os tecidos moles associados à prótese apresentavam bom aspecto (Figura 4). Assim, pôde-se concluir que havia necessidade apenas de aumento vertical vestibular no contorno.
Para conseguir uma boa cópia da relação prótese/rebordo, a área que precisava receber o aumento foi asperizada com broca do tipo maxicut. Uma porção de silicone denso foi preparada e levada em todo o contorno vestibular interno da prótese, a qual foi posicionada em boca com o aperto de dois parafusos, um de cada lado. Após o endurecimento do material, a prótese foi removida (Figura 5).
No laboratório, o gesso pôde ser vazado e o modelo obtido. Nesse caso, como tínhamos o modelo de trabalho, a gengiva artificial foi removida e foram realizados alívios no gesso (Figura 6). A prótese com o material de moldagem foi provada no modelo e parafusada (Figuras 7 e 8). A nova gengiva artificial foi vazada e, assim, o modelo de trabalho foi adaptado.
O espaço presente foi encerado e o reembasamento foi realizado com resina acrílica termopolimerizável, obedecendo o ciclo de temperatura e pressão. O formato interno final foi conferido visualmente e com o teste do fio dental (ao passar o fio dental em toda a parte interna, é necessário confirmar contato efetivo do fio com a prótese, para que a limpeza mecânica possa estar garantida), Figuras 9 e 10.
A prótese foi instalada possuindo de novo os contatos efetivos ao rebordo (Figuras 11), e o paciente revelou estar satisfeito com o resultado.
Ivete Sartori
Mestra e doutora em Reabilitação Oral – Forp/USP; Professora dos cursos de especialização em Implantodontia – Fundecto/USP, dos cursos de mestrado e doutorado da Faculdade Ilapeo, dos cursos de aperfeiçoamento em Implantodontia da APCD (Bauru) e da Clínica Mollaris, em Portugal.
Orcid: 0000-0003-3928-9430.
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