A osseodensificação é um fenômeno que pode ser aproveitado em diversas áreas da Odontologia. Aqui, Elcio Marcantonio Jr. relata seu desdobramento na Implantodontia.

Para a instalação de implantes dentários, um adequado remanescente ósseo é necessário. Contudo, esta condição nem sempre é encontrada devido à remodelação óssea alveolar proveniente de processos reabsortivos fisiológicos ou patológicos.

Em maxilares atróficos, os procedimentos de enxerto ósseo são comumente indicados, permitindo a regeneração tecidual e a instalação de implantes com adequado posicionamento tridimensional. Esta técnica, apesar de proporcionar resultados extremamente favoráveis, apresenta algumas desvantagens ao paciente relacionadas ao maior tempo para finalização da reabilitação oral implantossuportada, maior morbidade pós-operatória, por envolver procedimentos cirúrgicos mais extensos, além de maiores custo e tempo operatório. Adicionalmente, áreas previamente enxertadas oferecem preocupação ao profissional em relação ao período para maturação do tecido ósseo e estabilidade primária do implante que será instalado.

A técnica da osseodensificação com instrumentos rotatórios foi proposta como alternativa à osteotomia realizada com osteótomos^1-2, sendo capaz de compactar e expandir o tecido ósseo, dispensando a utilização de martelos indesejados pelos pacientes. Desta forma, pequenos aumentos ósseos podem ser obtidos, eliminando a necessidade de enxerto ósseo e permitindo a instalação imediata de implantes dentários.

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O efeito da osseodensificação se deve ao desenho das fresas, com muitas faces e ângulo de corte negativo, capaz de aumentar a densidade óssea enquanto expande o tecido ósseo durante a osteotomia³ . Além disso, a fresa apresenta haste cônica e ápice cortante, o que facilita a osteotomia. Ao ser inserida no tecido ósseo, a fresa permite compactação e autoenxerto simultâneo do tecido ósseo adjacente, aumentando a densidade óssea da região, tanto lateral quanto apicalmente, garantindo maior estabilidade primária do implante^3-4.

Desta forma, a técnica de osseodensificação pode ser utilizada tanto para aumentos ósseos em espessura quanto em altura. Estudos em animais comparando o efeito deste sistema de fresagem no implante instalado demonstram aumentos de densidade óssea, neoformação óssea, torque de inserção dos implantes e maior contato osso-implante^5-6. A presença do osso autógeno compactado em contato com o implante não só garante maior estabilidade primária, como também fornece nucleação de osteoblastos, facilitando a osseointegração.

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Apesar de ser uma técnica com grande aplicabilidade clínica, a osseodensificação apresenta limitações. Para um adequado resultado, é necessário que o tecido ósseo a ser expandido não seja um osso cortical denso. Além disso, devido às fresas não serem cortantes, a irrigação durante a fresagem deve ser ainda mais abundante, contraindicando o uso da técnica quando cirurgias guiadas são planejadas devido à maior dificuldade em irrigar o leito cirúrgico.

A osseodensificação não pode ser considerada um real substituto aos enxertos ósseos, uma vez que fornece aumentos limitados e, muitas vezes, os enxertos são a única opção para grandes regenerações. Contudo, para casos em que se deseja pequenos aumentos ósseos, a técnica apresenta-se como solução, conforto e segurança paro o paciente e para o profissional.