Em qual momento da era digital, como a utilização de scanners intraorais, a Odontologia se encontra? Diogo Viegas analisa.
O uso generalizado da tecnologia digital tem transformado a nossa vida cotidiana, com computadores e dispositivos que oferecem alternativas mais fáceis, rápidas e econômicas aos métodos convencionais.
Com a introdução da tecnologia CAD/CAM, surgiram as primeiras aplicações odontológicas1. Com as contribuições de François Duret, Werner Mormann e Marco Bradestini, foi possível confeccionar uma restauração cerâmica em uma sessão clínica. Já se passaram quase 40 anos desse feito e a tecnologia evoluiu de forma muito rápida, ao ponto de um scanner intraoral fazer parte do nosso dia a dia2. O que mudou de lá para cá? Com o aparecimento de mais empresas, a oferta aumentou e a competição interpares também.
Nesse momento, de acordo com a teoria de Rogers3, estamos na curva descendente (Gráfico 1) de participação na era digital. Os cirurgiões-dentistas que cobrem essa maioria do segmento correspondem a 36% do mercado-alvo. São considerados céticos e estão longe de serem os tomadores de risco. No entanto, agora que o produto cresceu o suficiente no mercado e já atingiu alguma maturidade, as pessoas deste grupo consideram comprá-lo e experimentá-lo.
Por fim, são inúmeras as vantagens em utilizar scanners intraorais, sendo importante entender o modelo que será adquirido. Existem vários fatores que fazem diferença na hora da decisão entre os diferentes tipos: primeiro, qual o intuito? Apenas captação de imagem e confecção na clínica (chairside) ou terceirização (labside)? Existência de custo associado à fidelização? Sistema aberto ou fechado? Quais os formatos de dados para exportação4?
A tecnologia na Odontologia veio com o intuito de diminuir o número de etapas, minimizando os erros e aumentando a taxa de êxito5. E como diz o meu amigo e protesista Guilherme Saavedra: “Não seja o primeiro e nem o último6”. Qual o momento certo para investir nessa tecnologia? A seguir, confira uma demonstração da aplicação destes conceitos na confecção de uma goteira oclusal (Figuras 1 a 9).
Referências
- Ting-Shu S, Jian S. Intraoral digital impression technique: a review. J Prosthodont 2015;24(4):313-21. https://doi.org/10.1111/jopr.12218
- EV Chalmers, GT McIntyre, W Wang, T Gillgrass, CB Martin, PA Mossey. Intraoral 3D scanning or dental impressions for the assessment of dental arch relationships in cleft care: which is superior? Cleft Palate Craniofac J 2016;53(5):568-77. https://doi.org/10.1597/15-036
- Rogers EM. Diffusion of innovations (3rd ed.) New York: The Free Press, 1983.
- Borbély J. Intraoral scans for CAD/CAM application. Stomatology Edu Journal 2018;5(2):110-17.
- Zarone F, Ruggiero G, Ferrari M, Mangano F, Joda T, Sorrentino R. Accuracy of a chairside intraoral scanner compared with a laboratory scanner for the completely edentulous maxilla: an in vitro 3-dimensional comparative analysis. J Prosthet Dent 2020;124(6):761.e1-761.e7. https://doi.org/10.1016/j.prosdent.2020.07.018
Diogo Viegas
Pós-graduado e técnico em Prótese Dentária, doutor em Ciências da Reabilitação Oral e professor assistente convidado de Prótese Fixa e Reabilitação Oral – FMDUL, em Portugal.
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