O sucesso do encontro da SBPqO foi um desfecho positivo para o impasse vivido pela entidade nos primeiros meses da pandemia.
A Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica (SBPqO) ficou satisfeita com os resultados de sua 37ª Reunião Anual, a primeira realizada no formato digital, e que contou com 3.100 participantes de todo o Brasil. O evento aconteceu entre os dias 9 e 12 de setembro, com o adicional de uma transmissão “pré-evento” no dia 8. O sucesso do encontro foi um desfecho positivo para o impasse vivido pela entidade nos primeiros meses da pandemia, quando a direção precisou optar entre o adiamento da reunião, sua realização em formato presencial ou em formato remoto.
A decisão foi tomada a partir de uma extensa avaliação do Comitê de Crise que foi formado especialmente para essa finalidade. A confirmação do evento aconteceu em meio ao debate público sobre a importância da ciência para a sociedade e o corte de verbas nas áreas de ensino e pesquisa. “Foi uma decisão difícil naquele contexto, mas tínhamos um papel a cumprir em defesa da pesquisa científica. Foi mesmo como um ato de resistência a tudo que está acontecendo. Não era hora de desistir”, lembrou Isabela Pordeus, presidente da entidade na ocasião do evento (gestão 2019-2020) e atual membro do Conselho Diretor.
Ao longo da quarentena, muitos profissionais passaram a acompanhar a transmissão das lives nas redes sociais, o que mostrou que o formato digital do evento era possível, desde que fosse disponibilizada a estrutura técnica adequada ao perfil do evento. “Definitivamente, um evento do porte da SBPqO não conseguiria acontecer da mesma forma que uma live no Instagram ou uma palestra na plataforma Zoom. E, mesmo para essas atividades mais simples e hoje cotidianas, há custo quando se consideram os elementos necessários para sua realização”, explicou Isabela.
O grupo trabalhou intensamente no planejamento e contratação de fornecedores para dispor da estrutura necessária para a realização do evento. Como as reuniões da SBPqO dependem de diversas salas operando de forma paralela em tempo integral, foi necessária uma plataforma digital para controlar o acesso dos participantes em múltiplas transmissões simultâneas. Em cada uma delas, era preciso sincronizar a participação dos apresentadores, avaliadores e do público. Também houve uma preocupação técnica em manter a transmissão de dados de forma estável, visando a produtividade das apresentações e a experiência do público. Além dos fornecedores contratados, mais de 40 membros da SBPqO atuaram dando suporte às transmissões ao longo dos cinco dias de evento.
“Desde o início, sabíamos que seria um desafio, pois o modelo que criamos e acreditávamos que era o ideal para os nossos eventos presenciais não poderia ser usado no formato remoto. Hoje, diante do bom resultado que conseguimos, está nítido que o formato digital veio para ficar, pois ele torna essa rede de conhecimento formada entre a SBPqO e as universidades mais democrática e inclusiva”, relata Carlos Eduardo Francci, ex-presidente da entidade (gestão 2017-2018) e membro do Conselho Diretor.
Para as próximas edições do encontro, a SBPqO espera aproveitar os aprendizados assimilados em 2020. “Para os eventos futuros, podemos utilizar um modelo híbrido de presencial e digital, facilitando o acesso daqueles que não podem se deslocar até Campinas para participar do evento. Também seria uma oportunidade para contar com a participação de professores de outros países com uma grande economia de tempo e de custos com deslocamento e hospedagem”, analisa Francci.