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Apresentamos um resumo do que é conhecido sobre a Ômicron até o momento. (Imagem: Depositphotos)

Ômicron: a 15ª letra do alfabeto grego e a nova variante da Covid-19

Ômicron: saiba mais sobre a transmissibilidade, gravidade da doença, eficácia das vacinas e as ações recomendadas para conter a variante.

Há alguns meses, falamos aqui sobre o risco potencial da variante Delta da Covid-19. Na ocasião, destaquei também que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou nomear as variantes da Covid-19 com nomes que não representassem um estigma para uma determinada região em que a cepa foi identificada pela primeira vez. Desta forma, as cepas classificadas até agora como “variantes de interesse” (VOI) receberam a denominação Epsilon, Zeta, Eta, Theta, Iota, Kappa, Lambda, Mu, Nu e Xi. Por sua vez, as “variantes de preocupação” (VOC) foram nomeadas como Alpha, Beta, Gamma, Delta e, em 26 de novembro de 2021, a OMS designou também a variante B.1.1.529 como uma variante preocupante, denominada Ômicron.

Cientistas sul-africanos deram o alarme sobre a Ômicron, quando perceberam que esta variante tem um número maior de mutações, especialmente na proteína Spike, que o vírus usa para entrar nas células humanas. Por apresentar várias mutações que podem ter impacto no seu comportamento, como na facilidade de propagação ou na gravidade da doença que causa, apresentamos a seguir um resumo do que é conhecido até o momento.

Transmissibilidade

Ainda não está claro se a Ômicron é mais transmissível em comparação a outras variantes, incluindo a Delta. O número de pessoas com teste positivo aumentou em áreas da África do Sul afetadas por esta variante, mas estudos epidemiológicos estão em andamento para entender se é por causa do Ômicron ou de outros fatores.

O que se sabe, concretamente, é que a Ômicron está se alastrando em um ritmo mais rápido do que as outras variantes do coronavírus. De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, as pessoas podem estar avaliando mal a ameaça representada pela nova cepa, que se espalha. “Já aprendemos que subestimamos esse vírus por nossa conta e risco. Mesmo que a Ômicron provoque casos menos graves, o grande número de casos pode mais uma vez sobrecarregar os sistemas de saúde despreparados”, afirmou Tedros.

Até agora, 77 países já registraram casos da Ômicron, entre eles o Brasil, mas a OMS acredita que a variante já está presente na maior parte do mundo, mesmo que as autoridades de saúde locais ainda não tenham confirmado sua detecção em algumas regiões.

Gravidade da doença

Ainda não está claro se a infecção com Ômicron causa doença mais grave em comparação com infecções com outras variantes. Dados preliminares sugerem que há taxas crescentes de hospitalização na África do Sul, mas isso pode ser devido ao aumento do número de pessoas que estão se infectando, e não devido a uma infecção específica com Ômicron. Atualmente, não há informações que sugiram que os sintomas associados ao Ômicron sejam diferentes daqueles de outras variantes. As infecções relatadas inicialmente foram registradas entre estudantes universitários – indivíduos mais jovens que tendem a ter uma doença mais branda -, mas compreender o nível de gravidade da variante Ômicron demorará várias semanas. Todas as variantes de Covid-19, incluindo a Delta, que é dominante em todo o mundo, pode causar doença grave ou morte.

Eficácia da infecção anterior por SARS-CoV-2

Evidências preliminares sugerem que pode haver um risco aumentado de reinfecção com Ômicron (ou seja, pessoas que já tiveram Covid-19 podem ser reinfectadas mais facilmente com Ômicron), em comparação com outras variantes preocupantes, mas as informações ainda são limitadas.

Eficácia das vacinas

As vacinas continuam sendo críticas para reduzir doenças graves e morte, inclusive contra a variante circulante dominante, Delta. As vacinas atuais permanecem eficazes para reduzir os casos graves da doença e a morte.

Ações recomendadas

Conforme dito anteriormente, a Ômicron foi classificada como “variante da preocupação”. Desta forma, existem várias providências recomendadas pela OMS aos gestores de saúde de cada país, incluindo o aprimoramento da vigilância e do sequenciamento dos casos.

Os países devem continuar a implementar medidas eficazes de saúde pública para reduzir a circulação da Covid-19 em todas as suas variantes, usando uma análise de risco e uma abordagem baseada na ciência. Eles devem aumentar algumas capacidades médicas e de saúde pública para gerenciar um aumento de casos. Além disso, é de vital importância que as desigualdades no acesso às vacinas da Covid-19 sejam corrigidas em todo o mundo.

Por enquanto, não existem cuidados adicionais conhecidos para evitar a Ômicron. Dessa forma, o atendimento odontológico deve continuar sendo feito com todas as medidas de biossegurança que já conhecemos, desde o uso rigoroso dos equipamentos de proteção individuais (EPI), redução de gotículas e aerossóis, triagem e controle do fluxo de pacientes no espaço de consultório, desinfecção de instrumentos e da área de atendimento etc.

Como profissionais de saúde, é importante também incentivar os pacientes a manter as medidas de proteção para reduzir a circulação do vírus, mantendo o distanciamento, evitando aglomerações, usando uma máscara bem ajustada, evitando espaços mal ventilados, mantendo as mãos limpas e tomando a vacinar quando chegar a sua vez.

É importante que fique claro: só voltaremos à tão sonhada normalidade se as medidas individuais e coletivas se mantiverem. Infelizmente, não é hora de pensarmos que a pandemia acabou.

Informações da OMS sobre a variante Ômicron: https://bityli.com/aPSicF