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Leituras essenciais – Periodontia

Uma seleção dos artigos científicos mais relevantes publicados recentemente nos periódicos internacionais.

Colaboração para artigos de Periodontia:
Rafaela Videira Doutora em Clínica Odontológica/Periodontia – FOP-Unicamp.

Regeneração óssea de defeitos de furca proximais Classe 2 tratados com auxílio de microscópio e técnica de preservação da papila associada à DFDBA.

Do JH. Bone regeneration of maxillary molar proximal class 2 furcation defects treated with microscope-assisted papilla preservation technique and DFDBA: a case series. Clin Adv Periodontics 2021;11(2):80-6.

Por que é interessante? A regeneração periodontal de defeitos de furca proximais de molares superiores (DFPMS) é desafiadora devido à limitação do acesso. A técnica de preservação de papila (TPP), realizada com o auxílio de um microscópio cirúrgico, tem sido relatada por melhorar a estabilidade da ferida, resultar em melhora clínica e limitar a morbidade do paciente no tratamento de defeitos infraósseos. O estudo apresenta o tratamento de DFPMS Classe 2 em quatro molares superiores com prognóstico desfavorável/questionável, utilizando TPP e aloenxerto de osso liofilizado desmineralizado (DFDBA) com um microscópio cirúrgico.

Desenho experimental: três pacientes, anteriormente submetidas à terapia periodontal inicial, foram tratadas com a terapia cirúrgica com o auxílio de um microscópio cirúrgico, que consistiu em: anestesia local, incisão vestibular na base da papila associada ao defeito, ligeira elevação da papila, debridamento ultrassônico e manual com curetas, irrigação do defeito com solução salina estéril, inserção do DFDBA até a crista alveolar e suturas com polipropileno 6-0. As pacientes foram medicadas e as instruções pós-operatórias foram cumpridas. A sondagem dos defeitos foi realizada após três meses. Os achados: preenchimento ósseo radiográfico, redução da profundidade de sondagem e ganho de inserção clínica ocorreram nas três pacientes. O prognóstico de todos os dentes tratados foi favorável.

Conclusão: a regeneração óssea radiográfica de DFPMS Classe 2 profunda é possível com TPP assistido por microscópio e DFDBA. Além disso, os resultados do tratamento parecem ser superiores aos de estudos clínicos anteriores do tratamento de Classe 2. Entretanto, mais ensaios clínicos são necessários para confirmar esses resultados.

Veja o artigo original em: https://doi.org/10.1002/cap.10139.

Preditores de perda dentária durante o período de manutenção periodontal de longo prazo: uma revisão sistemática atualizada

Carvalho R, Botelho J, Machado V, Mascarenhas P, Alcoforado G, Mendes JJ et al. Predictors of tooth loss during long-term periodontal maintenance: an updated systematic review. J Clin Periodontol 2021;48(8):1019-36.

Por que é interessante? O estudo avaliou os fatores/preditores de risco de perda dentária em pacientes com periodontite submetidos à terapia periodontal e manutenção periodontal de longo prazo (PM), atualizando os resultados previamente publicados em 2010.

Desenho experimental: foram consultadas as bases de dados PubMed, Central, Embase, Web of Science, Lilacs e Scholar para a pesquisa de estudos limitados a pacientes com periodontite submetidos à terapia periodontal ativa (TPA), seguindo um programa de manutenção periodontal (MP) com cinco anos de acompanhamento mínimo. Os estudos foram incluídos quando relatavam dados sobre a perda de dentes durante a MP. Foram realizadas metanálises de efeitos aleatórios do número de perdas dentárias por paciente, por ano.

Os achados: 36 artigos sobre 33 estudos foram incluídos, com três estudos prospectivos e 30 estudos retrospectivos. A metanálise mostrou uma média de perda dentária de 0,1 por ano, por paciente (p < 0,001). Os molares superiores foram mais suscetíveis de serem extraídos durante a MP de longo prazo. Tabagismo, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, sexo masculino e dentes com lesões de furca não mostraram significância como preditor de perda dentária por metarregressão. O percentual de perda dentária por motivos periodontais variou de 0,45% a 14,4%. Os resultados individuais em cada estudo evidenciaram diferentes fatores relacionados ao paciente (idade e tabagismo), e fatores relacionados aos dentes (tipo e localização do dente) foram associados à perda de dentes durante a MP.

Conclusão: a maioria dos pacientes submetidos à MP de longa duração não perdeu os dentes. Em média, a MP de longo prazo causa a perda de um dente por paciente a cada dez anos. Estudos prospectivos adicionais podem confirmar esses resultados.

Veja o artigo original em: https://doi.org/10.1111/jcpe.13488.

Reconstruindo a papila interproximal: descrição da técnica do “tubo” e dois relatos de caso.

Kashani H, Vora MV, Kuraji R, Brody H, Kapila YL. Rebuilding the interproximal papilla: description of “tube” technique and two case reports. Clin Adv Periodontics 2021;11(1):17-21.

Por que é interessante? A reconstrução da papila se baseia em princípios semelhantes aos aplicados ao enxerto de tecido mole para defeitos de recessão. No entanto, é considerado um desafio do ponto de vista cirúrgico devido ao pequeno tamanho e à falta de suprimento sanguíneo. Várias técnicas têm sido utilizadas para reconstruir a papila perdida, entretanto não existem técnicas previsíveis para esse tipo de defeito. Assim, o objetivo desse estudo foi descrever uma nova técnica por meio de dois relatos de casos para o tratamento de recessão interproximal e reconstrução da papila, o que pode gerar um resultado mais previsível.

Desenho experimental: foram selecionadas para cirurgia duas mulheres com 31 anos (caso 1) e 27 anos (caso 2), apresentando perda de papilas interdentais de Classe II e Classe III de Nordland e Tarnow, respectivamente. A técnica cirúrgica pode ser resumida em: incisão semilunar vestibular, incisão semilunar palatina, elevação da papila vestibular, elevação da papila palatina, remoção do enxerto de tecido conjuntivo do palato, sutura do enxerto através do “tubo” e suturas de estabilização. A avaliação do paciente para o caso 1 foi realizada em uma semana, quatro semanas e um ano após a cirurgia; para o caso 2, foi realizada em sete semanas e um ano após o procedimento.

Os achados: a cicatrização transcorreu sem intercorrências, tanto para o sítio doador quanto para o sítio receptor, em ambos os casos. Um ano após a cirurgia, um ganho de 5 mm de inserção foi observado no caso 1, e 4 mm no caso 2.

Conclusão: a técnica de enxerto de tubo requer precisão técnica. Porém, quando executada com cuidado, resulta na reconstrução previsível da papila interproximal. O uso da técnica de tubo ajuda a mitigar problemas associados com espessura inadequada do retalho, irrigação sanguínea e retração do retalho.

Veja o artigo original em: https://doi.org/10.1002/cap.10109.

Reconstruindo a papila interproximal: descrição da técnica do “tubo” e dois relatos de caso

Kashani H, Vora MV, Kuraji R, Brody H, Kapila YL. Rebuilding the interproximal papilla: description of “tube” technique and two case reports. Clin Adv Periodontics 2021;11(1):17-21.

Por que é interessante? A reconstrução da papila se baseia em princípios semelhantes aos aplicados ao enxerto de tecido mole para defeitos de recessão. No entanto, é considerado um desafio do ponto de vista cirúrgico devido ao pequeno tamanho e à falta de suprimento sanguíneo. Várias técnicas têm sido utilizadas para reconstruir a papila perdida, entretanto não existem técnicas previsíveis para esse tipo de defeito. Assim, o objetivo desse estudo foi descrever uma nova técnica por meio de dois relatos de casos para o tratamento de recessão interproximal e reconstrução da papila, o que pode gerar um resultado mais previsível.

Desenho experimental: foram selecionadas para cirurgia duas mulheres com 31 anos (caso 1) e 27 anos (caso 2), apresentando perda de papilas interdentais de Classe II e Classe III de Nordland e Tarnow, respectivamente. A técnica cirúrgica pode ser resumida em: incisão semilunar vestibular, incisão semilunar palatina, elevação da papila vestibular, elevação da papila palatina, remoção do enxerto de tecido conjuntivo do palato, sutura do enxerto através do “tubo” e suturas de estabilização. A avaliação do paciente para o caso 1 foi realizada em uma semana, quatro semanas e um ano após a cirurgia; para o caso 2, foi realizada em sete semanas e um ano após o procedimento.

Os achados: a cicatrização transcorreu sem intercorrências, tanto para o sítio doador quanto para o sítio receptor, em ambos os casos. Um ano após a cirurgia, um ganho de 5 mm de inserção foi observado no caso 1, e 4 mm no caso 2.

Conclusão: a técnica de enxerto de tubo requer precisão técnica. Porém, quando executada com cuidado, resulta na reconstrução previsível da papila interproximal. O uso da técnica de tubo ajuda a mitigar problemas associados com espessura inadequada do retalho, irrigação sanguínea e retração do retalho.

Veja o artigo original em: https://doi.org/10.1002/cap.10109.