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Exodontia e preservação do alvéolo prévias à instalação de implantes

Preservação do alvéolo: Sérgio Luís Scombatti debate a preservação do rebordo alveolar com o uso de biomateriais (parte 2).

A extração dentária leva a reabsorções no rebordo alveolar que podem dificultar ou mesmo inviabilizar a posterior reabilitação da área com a instalação de implantes osseointegrados, assunto que foi abordado na primeira parte deste texto, publicado na ImplantNews (Vol.5/N.5). Assim, é necessária a realização de procedimentos preventivos visando à preservação da crista óssea.

Tais procedimentos são efetivos em minimizar as perdas ósseas horizontais e verticais do rebordo pós-exodontia: a preservação do rebordo mantém mais altura e espessura ósseas, e vários biomateriais são eficientes para esta finalidade (Darby et al, 2009). A preservação do rebordo alveolar é indicada para a manutenção dos tecidos moles e duros existentes, manutenção de um volume estável do rebordo para otimização dos resultados funcionais e estéticos, bem como objetivando a simplificação dos procedimentos clínicos subsequentes (Vignollet el al, 2012).

Um dos métodos mais utilizados para a preservação do rebordo pós-exodontia envolve o preenchimento do alvéolo imediatamente após a extração dental, com biomateriais substitutos ósseos associados a procedimentos de regeneração óssea guiada (ROG). Quando já houver destruição significativa das paredes ósseas alveolares (em geral, a literatura cita mais de 30% de destruição das paredes alveolares), o mais indicado é realizar, após a exodontia, a elevação de retalho e ROG na região por meio da utilização de uma membrana, quando há a possibilidade de completo recobrimento dos biomateriais pelo retalho, ou de uma folha de titânio, quando o recobrimento não é possível. Nesses casos, a vedação do alvéolo é realizada pela técnica de open healing, com cicatrização por segunda intenção.

Em ambos os casos de ROG (membrana ou folha de titânio), o alvéolo deve ser preenchido com substituto ósseo de absorção lenta. Cardaropoli e colaboradores, em 2014, compararam o uso do enxerto ósseo bovino inorgânico associado à membrana colágena (grupo teste) com a cura espontânea sem utilização de qualquer biomaterial (grupo controle). Após quatro meses, a redução média de espessura vestibulolingual no grupo teste foi de 0,71 mm, enquanto no grupo controle foi de 4,04 mm. Ou seja, quando não se fez ROG, houve cerca de 5,5 vezes mais perda óssea em espessura.

Quando foram avaliadas as alterações de altura, o grupo teste mostrou redução média de 0,58 mm, e o grupo controle de 1,67 mm, o que indica uma perda óssea em altura aproximadamente três vezes maior no grupo sem ROG. Não houve uma correlação entre a espessura da parede óssea vestibular e a perda óssea alveolar no grupo teste, enquanto uma correlação inversa foi encontrada no grupo controle. Ou seja, no grupo com o substituto ósseo, mesmo paredes vestibulares finas não levaram à maior reabsorção óssea pós-exodontia, enquanto no grupo sem enxertia isso ocorreu, sugerindo que a realização de ROG compensa em parte a reabsorção alveolar, independentemente da espessura óssea vestibular.

As Figuras 1 a 8 mostram um caso de preservação pós-exodontia de um alvéolo com paredes ósseas finas e não totalmente íntegras, utilizando ROG.

Referências
1. Cardaropoli D, Tamagnone L, Roffredo A, Gaveglio L. Relationship between the buccal bone plate thickness and the healing of post extraction sockets with/without ridge preservation. Int J Periodontics Restorative Dent 2014;34(2):211-7.
2. Darby I, Chen ST, Buser D. Ridge preservation techniques for implant therapy. Int J Oral Maxillofac Implants 2009;24(suppl.):260-71.
3. Vignoletti F, Matesanz P, Rodrigo D, Figuero E, Martin C, Sanz M. Surgical protocols for ridge preservation after tooth extraction. A systematic review. Clin Oral Implants Res 2012;23(5):22-38.