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A tecnologia como facilitadora na conquista dos resultados na rotina clínica

Mock-up, preparos e escaneamento intraoral: Luis Calicchio mostra quais etapas são as mais importantes no fluxo de atendimento.

Paciente insatisfeito com o resultado final do tratamento. Quem nunca passou por isso? Confesso que esse problema era recorrente em minha rotina clínica antes da adoção da tecnologia. Isso porque, em meus casos de transformação do sorriso e reabilitações orais, era quase que impossível replicar o que havia sido aprovado no mock-up pelo paciente nas restaurações finais, uma vez que na maioria das vezes o ceramista não era quem tinha feito o enceramento diagnóstico inicial. Ou, mesmo que fosse, este não conseguia repetir com exatidão aquilo que havia encerado anteriormente. Isso gerava um enorme estresse em meu dia a dia, tendo que administrar a insatisfação de um cliente, muitas vezes repetindo tratamentos e aumentando significativamente meus custos, com desperdício de tempo e materiais. E, claro, decepcionado por não ter oferecido uma experiência agradável para meu paciente.

Busquei a tecnologia para, de alguma forma, melhorar este fluxo. Em pouco tempo percebi o poder da tecnologia na garantia da previsibilidade e replicabilidade em meus tratamentos. Poder garantir para o meu paciente o resultado final do tratamento antes mesmo de fazer qualquer tipo de intervenção é algo extraordinário, não somente para minha tranquilidade, mas para a certeza de que poderei oferecer a melhor experiência para o paciente. Para que isso aconteça, precisamos entender quais etapas são as mais importantes no fluxo de atendimento.

Etapa 1 – Mock-up

A etapa do mock-up, ensaio restaurador provisório realizado em resina, em minha opinião, passa a ser a etapa mais importante de todo o processo, pois é o momento em que conseguimos sair do desenho do sorriso 3D realizado no enceramento diagnóstico digital para a concretização da criação do novo sorriso em boca.

No fluxo digital, utilizamos formas naturais de dentes, presentes nas bibliotecas dos softwares de desenho, para a realização do enceramento diagnóstico, o que garante todos os detalhes para o tratamento. Uma vez que o paciente aprovou o desenho do sorriso no mock-up, cabe ao cirurgião-dentista entregar ao laboratório o preparo em condições ideais e o perfeito escaneamento para que este possa realizar a sobreposição da malha do enceramento diagnóstico na malha dos preparos.

Portanto, no fluxo digital, a etapa do mock-up é determinante para a continuidade do caso. Qualquer tipo de ajuste necessário deve ser feito nesta etapa. A insistência em repetir o procedimento quantas vezes for necessário, até o paciente estar satisfeito com o resultado, é fundamental para minimizarmos as chances de erros e gastos desnecessários nas etapas seguintes de confecção das restaurações finais (Figuras 1 e 2).

Etapa 2 – Preparos

O cirurgião-dentista deve entregar ao técnico o espaço suficiente para que ele possa replicar com exatidão aquilo que foi projetado no enceramento diagnóstico. Os preparos para o fluxo digital devem respeitar os seguintes critérios:

Preparos bem definidos – é importante lembrar que a definição do preparo não está relacionada ao desgaste, e sim à delimitação nítida e homogênea da área a ser restaurada. Com relação ao desgaste, eu preconizo uma espessura mínima de 0,4 mm, o que garante uma fresagem apropriada do bloco cerâmico, minimizando as chances de microtrincas nas restaurações.

Ângulos arredondados – ângulos vivos são péssimos para restaurações cerâmicas, pois são pontos de geração de tensão que podem evoluir para uma trinca. No fluxo digital, estes ângulos vivos são ainda piores, pois prejudicam e dificultam o processo de usinagem da restauração. Polimento de superfície – quanto mais liso e polido o preparo, mais precisa será a parte interna da restauração, uma vez que o processo de usinagem é facilitado (Figura 3).

Etapa 3 – Escaneamento intraoral

A cópia fiel do preparo realizado é de extrema importância para a garantia de uma boa adaptação das restaurações finais. Como o scanner utiliza luz para a captura das imagens e, como sabemos que luz não faz curva, um excelente afastamento gengival se faz necessário para a correta leitura dos términos cervicais dos preparos (Figuras 4 a 8).

O respeito aos processos em cada uma das três etapas, ao lado de um laboratório capacitado no fluxo digital, reduz significativamente o risco de erro quando comparado com o fluxo analógico de trabalho. As ferramentas digitais entregam exatamente aquilo que espero e isso me trouxe muita tranquilidade na rotina clínica. A tecnologia é uma ferramenta poderosa para facilitar a conquista dos resultados. Previsibilidade e replicabilidade é tudo o que sempre sonhei em meus tratamentos restauradores.

Trabalho realizado pela plataforma UDlab em conjunto com o laboratório A2.