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Garantindo melhores resultados no acabamento em dissilicato de lítio

David Morita traz dois casos clínicos e um vídeo para demonstrar técnica que garante bom acabamento em peças de dissilicato de lítio.

Como um técnico de bancada, costumo ficar sempre atento com a relação hora/ trabalho. Buscar o melhor resultado no menor tempo possível deve ser uma de nossas preocupações constantes, mas também não podemos deixar que a pressa excessiva comprometa a qualidade final dos trabalhos.

Pensando nesse equilíbrio entre qualidade e tempo de execução, quero compartilhar com vocês uma maneira simples de realizar um bom acabamento em peças de dissilicato de lítio. Trata-se de uma técnica que utilizo há muito tempo, que garante um bom resultado final e um bom aproveitamento do tempo na bancada.

Na maioria das peças produzidas a partir do processo de injeção, há um residual de material que fica aderido na superfície das peças por conta da reatividade da cerâmica em alta temperatura com a superfície do revestimento. Esse fenômeno resulta em uma camada esbranquiçada que fica impregnada nas peças e deve ser removida com jateamento da superfície. O acabamento de peças injetadas começa a partir desta etapa. A remoção deste resíduo com o uso de brocas deve ser descartada, por não ser capaz de alcançar regiões profundas e ainda comprometer a adaptação.

Após o jateamento, o segundo passo é o corte do sprue. Para isso, utilizo um disco de carbeto de silício diamantado superfino para corte de dissilicato, da marca Renfert. O disco apropriado deve oferecer um corte rápido sem gerar aquecimento e não deixar resíduos na superfície. O corte correto do sprue deve ser feito mantendo-se parte dele na peça, devendo ser cuidadosamente desgastado na sequência. Lembre-se de que é muito melhor desgastar o excedente do que completar com cerâmica alguma área danificada durante o corte do sprue.

Com uma roda carbeto de silício impregnada com diamante, faço todo o desgaste do restante do sprue na peça, até que toda a região conectada seja removida e a restauração volte a ter nesta região seu devido contorno e forma.

O mesmo abrasivo é usado no acabamento geral em toda superfície da peça, mas é importante trocar o formato de roda pelo formato de ponta. A roda de desgaste tem uma área de contato muito ampla e pode alterar o contorno da restauração, enquanto a ponta oferece maior controle no acabamento e sem interferência na forma da peça. Padrões bem acabados e com superfície lisa oferecem maior facilidade de acabamento. Lembre-se de que cada etapa bem realizada favorecerá o trabalho na etapa seguinte, para que alcance resultados melhores e seja executada de forma mais rápida.

A texturização pode ser realizada com a mesma ponta que se utilizou para remoção da rugosidade da superfície, causada pelo processo de injeção, mas pontas diamantadas também podem ser usadas no processo, se você preferir. As pontas diamantadas têm eficiência menor no desgaste no dissilicato de lítio, por isso eu prefiro utilizá-las apenas para alguns detalhes da textura. Pontas de aço carbide também são bem-vindas, mas algumas deixam resíduos na superfície que podem ser removidos com jato de óxido de alumínio.

Minha preferência por esse tipo de trabalho é pelas pontas de carbeto com diamante. O que faço é modificá-las para que eu possa contar com diversos formatos de desgaste em uma mesma ponta. Assim, consigo efeitos de várias larguras e profundidades usando a mesma ponta.

Finalizada a texturização, utilizo pontas de silicone diamantado para o polimento final, seguindo a sequência deste tipo de polidor. Sempre começo com a granulação grossa, passando para a média e concluindo com a granulação fina.Finalizada a texturização, utilizo pontas de silicone diamantado para o polimento final, seguindo a sequência deste tipo de polidor. Sempre começo com a granulação grossa, passando para a média e concluindo com a granulação fina.

A beleza da pintura está ligada diretamente ao processo de acabamento das peças. Uma superfície bem acabada irá resultar em uma pintura mais natural e mais fácil de ser alcançada pelos técnicos e cirurgiões-dentistas. Um pintor sempre prepara primeiro a tela antes mesmo de iniciar a pintura.

O jateamento com óxido de alumínio se faz necessário para a preparação final das peças, para receber a pintura com stains. A granulometria do óxido de alumínio está ligada diretamente à granulometria dos pigmentos, por isso deve-se sempre consultar esta informação com o fabricante do material que está sendo utilizado. Óxidos muito grossos podem prejudicar drasticamente o resultado da pintura. Se a erosão for muito profunda e larga, manchas e empoçamentos do pigmento podem surgir, comprometendo a peça. A única maneira de resolver o problema é voltando para a etapa de acabamento com pedras abrasivas, novo polimento e novo jateamento com óxido de alumínio. Porém, é possível que isso altere os contatos proximais, contorno e textura das peças.

Preparei um vídeo demonstrando essa técnica de acabamento em dissilicato de lítio completa. Divirta-se!

Albert Einstein, um dia, disse: “A mente que se abre para uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”. Espero que este conteúdo tenha ajudado você não só a aprender uma nova técnica, mas também a repensar sobre como investir seu tempo de bancada da melhor maneira, garantindo excelentes resultados estéticos.

Caso 1. Fotos clínicas gentilmente cedidas pelo grupo Unio.

Caso 2. Fotos clínicas gentilmente cedidas por Alfredo Mikail Mesquita.