A busca por técnicas e instrumentos mais precisos e eficientes na Odontologia é constante, incluindo o procedimento de ajuste oclusal. Este, fundamental para a manutenção da função e do conforto do paciente, ganhou um aliado poderoso: o inserto diamantado utilizado em ultrassom piezoelétrico. Esta inovação busca oferecer maior controle e eficácia no desgaste das restaurações e tecidos dentais, melhorando a qualidade do tratamento e a satisfação dos pacientes.
A harmonização da oclusão é essencial para a saúde bucal e a satisfação do paciente. A correta distribuição das cargas mastigatórias assegura a função e a estabilidade dos dentes e restaurações. No entanto, o ajuste oclusal, muitas vezes necessário, pode ser desafiador. A utilização de instrumentos tradicionais pode ser limitada pela falta de precisão e controle.
Assim, como parte do curso de mestrado em Prótese Dentária, foi feita a validação de um inserto para ajuste oclusal, em conjunto com a empresa CVDentus, pelo aluno Marinho José de Souza Neto, orientado pelo professor Marcelo Lucchesi Teixeira. O inserto em questão foi desenvolvido com a tecnologia Chemical Vapor Deposition (CVD), trazendo vantagens significativas em relação às pontas diamantadas rotatórias convencionais. Sua estrutura uniforme, resultado do crescimento do diamante diretamente na haste metálica, oferece um desgaste mais controlado e homogêneo das superfícies, minimizando riscos de danos aos tecidos circundantes e sendo mais pontual na remoção do material restaurador. Isso é importante para evitar que a restauração, após a remoção dos contatos oclusais indesejados, fique sem função oclusal.
Dentro desse processo de validação (Figura 1), duas granulações do inserto, sendo uma fina (FG-41 F) e uma grossa (FG-41 G), Figura 2, foram testadas em diversos materiais restauradores, como resinas, cerâmicas e zircônia (Figuras 3 e 4), demonstrando resultados consistentes e satisfatórios. Os resultados obtidos indicaram que o inserto foi efetivo em diversos tipos de materiais, incluindo cerâmicas e zircônia (com alto grau de resistência mecânica), demonstrando ser especialmente eficaz e podendo até reduzir a indução de trincas. No entanto, também observou-se que, em materiais resinosos, o desempenho pode variar e ser mais efetivo com o uso em potências reduzidas.
Além disso, comparando-o com pontas diamantadas convencionais, percebe-se que o uso do ultrassom piezoelétrico com inserto diamantado proporcionou um maior controle no desgaste. Essa tecnologia única no crescimento do diamante cria um instrumento mais uniforme e preciso, evitando arestas cortantes que podem prejudicar os tecidos moles.
Deste modo, o uso do inserto diamantado para ultrassom piezoelétrico representa uma inovação promissora no campo da Odontologia restauradora. Sua eficácia, controle aprimorado e capacidade de preservação dos tecidos o tornam uma ferramenta valiosa para o ajuste oclusal. Ao oferecer uma abordagem mais precisa e menos invasiva, ele contribui para a qualidade dos tratamentos e a satisfação dos pacientes.
A disseminação dessa tecnologia deve ser acompanhada por investimentos em educação profissional. O conhecimento sobre o uso do ultrassom piezoelétrico e seus insertos poderá aprimorar as práticas clínicas, proporcionando resultados ainda mais satisfatórios e beneficiando a saúde bucal de maneira geral.
Conteúdo disponibilizado pelo corpo docente da Faculdade São Leopoldo Mandic: André Pelegrine, Antonio Carlos Aloise, José Luiz Cintra Junqueira, Luís Guilherme Macedo, Marcelo Napimoga, Marcelo Lucchesi Teixeira e Vagner Ortega.