Em poucos meses, a Odontologia deu um salto tecnológico que extrapolou os limites dos tratamentos e mudou comportamentos na relação dentista-paciente.
A pandemia acelerou o desenho de um novo cenário envolvendo recursos tecnológicos: a demanda por plataformas e ferramentas digitais que solucionem de forma rápida e eficiente questões do dia a dia – um fenômeno mais conhecido como transformação digital. Essa necessidade de automação inteligente é resultado do “nascimento” de um novo tipo de consumidor que busca praticidade, mas sem dispensar a qualidade e o bom atendimento. Inclusive, esse novo consumidor está deitado na cadeira do seu consultório, está na sua sala de espera, está acompanhando as suas redes sociais. E você, dentista, como está se preparando para oferecer experiências compatíveis às expectativas do seu paciente ávido pelas facilidades do mundo digital?
Evidentemente, a Odontologia já estava caminhando em direção à transformação digital, no entanto esse movimento ainda ficava mais restrito aos processos que envolvem o tratamento, como o fluxo digital para planejamento e realização de procedimentos, o uso do CAD/CAM e de scanner intraoral, o acesso on-line a exames, o envio on-line de material para os laboratórios etc.
Porém, o cliente atual quer algo muito além. São pessoas que aprenderam a resolver problemas diários dando alguns poucos cliques – e que hoje não conseguem mais abrir mão dessa facilidade. É um público que absorveu o delivery de alimentação, as compras on-line, as transações financeiras via aplicativos, trocou as filas do supermercado pelas ferramentas de assistência para compra à distância e entrega em casa, participa de aulas e eventos virtuais, utiliza transporte por aplicativo e trabalha remotamente usando plataformas de videoconferência. Enfim, a Odontologia tem um terreno fértil e estável para traçar novos caminhos e alcançar outros patamares. Ao dentista, cabe a decisão de se adaptar, estar preparado para as mudanças e acompanhar as inovações.
Uma nova Odontologia
O primeiro grande impacto da transformação digital na Odontologia foi na área de ensino à distância. “Assistimos a um grande crescimento de cursos on-line em diversas plataformas, programas de mentoria por WhatsApp e uma divulgação enorme de conteúdos gratuitos. O legado desse período será a maior democratização de conteúdo disponível e o aumento de consumo de informação fora dos padrões convencionais de antes”, acredita Frederico Hori, doutor em Dentística Restauradora e fundador da Hori Clínica Odontológica.
Com a realidade imposta pela pandemia, outros modelos de relacionamento dentista- -paciente começaram a ser discutidos e acelerados. Um exemplo é a Resolução 226, publicada pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) no dia 4 de junho de 2020, que regulamenta a prestação de serviços à distância e tem como objetivo determinar diretrizes para o melhor exercício da teleodontologia. No entanto, essa é uma recomendação antiga da Organização Mundial da Saúde (OMS), que em 2005 editou uma resolução recomendando aos seus países-membros, que inclui o Brasil, o uso da telessaúde como forma de ampliar o atendimento à população. Assim como o mercado global, a Odontologia teve que se adaptar para atender pacientes que necessitam de acesso fácil e rápido à consulta sem precisar sair de casa. Logicamente, a teleodontologia não se aplica a todas as modalidades de atendimento, mas é uma excelente ferramenta para agilizar processos, economizar tempo com deslocamentos, facilitar diagnósticos e oferecer prescrições de forma mais simples.
Isso nos leva a outra discussão: a desmistificação de que o universo digital é sinônimo de investimentos elevados. “De fato, a tecnologia tem uma evolução muito acelerada, mas não necessariamente é algo caro. Analisando bem, percebe-se que os recursos tecnológicos podem ser responsáveis por redução de custo. Por isso, é válido aplicar processos digitais disponíveis para melhorar cada vez mais a nossa profissão, não apenas relacionados ao atendimento, mas também ao ensino e às pesquisas”, acrescenta Hori.
Nesse sentido, o CFO desenvolveu uma série de iniciativas para viabilizar a teleodontologia, como a assinatura digital que possibilita a prescrição digital. A assinatura digital permite definir formulários de prescrição, atestados, solicitações de exames e relatórios para serem validados eletronicamente. “O uso da assinatura digital representa um importante avanço na assistência odontológica prestada à população. Essa medida é a oportunidade de tramitar uma série de documentos de forma digital, segura e com presunção de veracidade.
O uso da ICP-Brasil em documentos digitais proporciona garantias de integridade e autenticidade, ou seja, atributos fundamentais para prescrições eletrônicas, como atestados, receitas e pedidos de exames. É a certeza de que o documento pode tramitar de forma digital, sem possibilidade de adulterações ou falsificações, sendo uma garantia para o paciente, profissional e todos os demais envolvidos na cadeia de atendimento dos serviços de saúde”, esclarece Claudio Miyake, secretário-geral do CFO. Este trabalho é resultado de uma parceria com o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), que é o órgão governamental responsável por assegurar a autenticidade e a integridade dos documentos emitidos em versão digital ou eletrônica, assinados com a certificação no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
Para Patricia Bella Costa, diretora de marketing da Colgate-Palmolive Brasil, a assinatura digital já faz parte do dia a dia e os consultórios obrigatoriamente terão que se digitalizar. “Essa não é uma tendência momentânea causada pela pandemia, mas sim uma jornada que estava acontecendo a passos mais lentos, em etapas. A pandemia foi responsável por acelerar esse processo, pois estamos em um período em que as pessoas aprenderam a consumir as facilidades oferecidas pela tecnologia e, mais do que isso, estão abertas a adotar as novidades para que se tornem rotina no pós-pandemia”, avalia.
Para ela, a transformação digital afeta a maneira como os dentistas se relacionam com os pacientes desde o agendamento até o momento da consulta, oferece novos meios de acesso aos exames de imagens e passa também pelo grande debate do momento: a teleodontologia. Um exemplo claro é a prescrição eletrônica, que dispensa o uso de receituário físico, permitindo que o paciente tenha fácil acesso às recomendações prescritas pelo dentista e, com apenas um clique, possa adquirir os produtos e medicamentos sem sair de casa”, analisa Patricia.
Mudanças globais
Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) indica que o setor teve alta de mais de 30% no primeiro mês de quarentena. Além da tendência de expansão, um índice interessante é o surgimento de uma nova geração de clientes, já que 12% dos consumidores brasileiros que fizeram ao menos uma compra on-line durante o mês de março de 2020 nunca tinham experimentado o e-commerce antes. Outra pesquisa, desta vez encabeçada pela consultoria KPMG, mostra que, para 67% dos executivos ouvidos, a digitalização dos processos teve avanços que colocaram os negócios de meses a anos à frente do que eles esperavam.
Observa-se, portanto, que a crise sacudiu o mercado e as empresas começaram a repensar os modelos de negócios e a absorver de forma mais positiva tudo o que a tecnologia tinha a oferecer, baseando-se na necessidade dos consumidores.
Nessa direção, a área da Saúde, incluindo a Odontologia, também está passando por mudanças importantes. A Colgate, por exemplo, está lançando o e-commerce Colgate Direto, plataforma em que o dentista tem acesso a toda linha de produtos da empresa, pode selecionar os itens e, por meio da prescrição digital, enviar um link para o paciente finalizar a compra. “Essa é uma facilidade e uma nova cultura que foi potencializada e despertada durante a pandemia, por ser um momento em que as pessoas evitam sair de casa ao mesmo tempo em que buscam praticidade para solucionar questões do dia a dia, como a ida ao dentista e a posterior necessidade de comprar os produtos receitados”, justifica Patricia.
A plataforma Colgate Direto já nasce unindo todas as pontas impactadas pela tecnologia nos últimos meses: o paciente que precisa de rapidez e comodidade, o dentista que utiliza a prescrição digital e a teleodontologia. “Esse é um caminho sem volta. Aprendemos que é possível estar perto dos clientes mesmo quando não estamos presentes fisicamente. O papel do canal digital é justamente fazer a ponte entre dentista e paciente, conservando a proximidade e a acessibilidade para ambos”, ressalta a diretora de marketing da Colgate-Palmolive Brasil.
É fundamental entender que o mundo digital não faz parte do futuro, mas sim do presente. O dentista precisa ter a sensibilidade de identificar as oportunidades e estar atento às novidades, pois os recursos tecnológicos facilitam a prática clínica e melhoram a interação com os pacientes e com outros dentistas. E você, está preparado para surfar a onda da transformação digital?
Matéria sob demanda desenvolvida pela VMBranded.