You are currently viewing Técnica de correção cirúrgica para enxerto gengival livre com mobilidade

Técnica de correção cirúrgica para enxerto gengival livre com mobilidade

Relato de caso propõe técnica de correção cirúrgica para mobilidade de enxerto gengival livre, sendo uma complicação ainda pouco detalhada na literatura.

AUTORES

Karine Ferreira Teixeira
Especialista em Periodontia e mestranda em Ciências Odontológicas Aplicadas (área de Periodontia) – FOB-USP.
Orcid: 0000-0001-6588-2233.

Carla Andreotti Damante
Professora doutora associada da disciplina de Periodontia – FOB-USP.
Orcid: 0000-0002-6782-8596.

Adriana Campos Passanezi SantʼAna
Professora doutora associada da disciplina de Periodontia – FOB-USP.
Orcid: 0000-0001-5640-9292.

Andréia Pereira de Souza-Pavani
Mestra em Ciências Odontológicas Aplicadas (área de concentração: Reabilitação Oral com linha de pesquisa em Periodontia) e doutoranda em Periodontia – FOB-USP.
Orcid: 0000-0003-2735-512X.

Mariana Schutzer Ragghianti Zangrando
Professora doutora assistente da disciplina de Periodontia – FOB-USP.
Orcid: 0000-0003-0286-7575.

RESUMO

A quantidade e qualidade da faixa de mucosa ceratinizada são características importantes e essenciais para manutenção da homeostasia periodontal. Para resolução de problemas clínicos gerados pela ausência ou redução da faixa de mucosa ceratinizada, foi necessário fundamentar a importância das cirurgias plásticas periodontais ao redor de dentes e, nas últimas décadas, ao redor de implantes. O enxerto gengival livre é considerado o padrão-ouro em previsibilidade de ganho e manutenção da faixa de mucosa ceratinizada em longo prazo, porém algumas complicações referentes à técnica cirúrgica podem ser observadas no trans e/ou pós-operatório. Uma delas é a mobilidade tecidual na área enxertada devido ao inadequado preparo do leito receptor durante a cirurgia. O objetivo desse relato de caso foi propor uma técnica de correção cirúrgica para mobilidade de enxerto gengival livre, sendo uma complicação ainda pouco detalhada na literatura. A técnica utilizada foi o reposicionamento coronal do retalho com dupla divisão. Concluiu-se que, através da técnica proposta, a imobilidade tecidual da margem gengival na área enxertada foi alcançada, restabelecendo as características inatas da gengiva inserida e garantia de estabilidade da altura da margem ao longo do tempo, promovendo conforto, facilidade de higiene e melhora da estética ao paciente.

Palavras-chave – Gengiva; Autoenxertos; Complicações pós-operatórias.

ABSTRACT

The quantity and quality of the keratinized mucosa width are important characteristics for maintenance of periodontal homeostasis. To solve problems of absence or reduction of keratinized mucosa width, periodontal plastic surgery has been used around teeth and, lately, around implants. Free gingival graft is considered the gold standard for predictability, long-term gain and maintenance of keratinized tissue width. Surgical complications may occur during trans or post-operative period. One of this complication is tissue mobility of the graft ed area due to an inadequate surgical design of recipient site. The aim of this case report is to propose a surgical correction technique for free gingival graft s with mobility. This complication is not detailed in literature. The technique consists of a coronal repositioning with double division of the fl ap. It was concluded that the proposed technique promoted tissue immobility of the gingival margin in the graft ed area. The innate characteristics of keratinized mucosa and stability of gingival margin were maintained during evaluation period and promoting patient comfort, adequate hygiene and improvement of aesthetics.

Key words – Gingiva; Autografts; Postoperative complications.

Recebido em jul/2020
Aprovado em ago/2020

Referências

  1. Zweers J, Thomas RZ, Slot DE, Weisgold AS, Van der Weijden GA. Characteristics of periodontal biotype, its dimensions, associations and prevalence: a systematic review. J Clin Periodontol 2014;41(10):958-71.
  2. Passanezi E, Sant’Ana ACP, Rezende MLR, Greghi SLA, Janson WA. Distâncias biológicas periodontais princípios para a reconstrução periodontal, estética e protética. São Paulo: Artes Médicas, 2011.
  3. Bowers GM. A study of the width of attached gingiva. J Periodontol 1963;34(3):201-9.
  4. Hall WB. Present status of soft tissue grafting. J Periodontol 1977;48(9):587-97.
  5. Haggerty PC. The use of a free gingival graft to create a healthy environment for full crown preparation. Case history. Periodontics 1966;4(6):329.
  6. Chiu Y, Lee S, Lin Y, Lai Y. Significance of the width of keratinized mucosa on peri- implant health. J Chin Med Assoc 2015;78(7):389-94.
  7. Lin GH, Chan HL, Wang HL. The significance of keratinized mucosa on implant health: a systematic review. J Periodontol 2013;84(12):1755-67.
  8. Buyukozdemir Askin S, Berker E, Akincibay H, Uysal S, Erman B, Tezcan I et al. Necessity of keratinized tissues for dental implants: a clinical, immunological, and radiographic study. Clin Implant Dent Relat Res 2015;17(1):1-12.
  9. Schrott AR, Jimenez M, Hwang JW, Fiorellini J, Weber HP. Five-year evaluation of the influence of keratinized mucosa on peri-implant soft tissue health and stability around implants supporting full-arch mandibular fixed prostheses. Clin Oral Implants Res 2009;20(10):1170-7.
  10. Kim DM, Neiva R. Periodontal soft tissue non–root coverage procedures: a systematic review from the AAP regeneration workshop. J Periodontol 2015;86(2 suppl.):S56-72.
  11. Agudio G, Cortellini P, Buti J, Pini Prato GP. Periodontal conditions of sites treated with gingival augmentation surgery compared with untreated contralateral homologous sites: an 18- to 35-year long-term study. J Periodontol 2016;87(12):1371-8.
  12. Goldman H, Schluger S, Fox L, Cohen DW. Periodontal Therapy (3a ed.). St. Louis: CV Mosby Co, 1964. p.560.
  13. Griffin TJ, Cheung WS, Zavras AI, Damoulis PD. Postoperative complications following gingival augmentation procedures. J Periodontol 2006;77(12):2070-9.
  14. Sullivan HC, Atkins JH. Free autogenous gingival grafts. I. Principles of successful grafting. Periodontics 1968;6(3):121-9.
  15. Tonetti MS, Greenwell H, Kornman KS. Staging and grading of periodontitis: framework and proposal of a new classification and case definition. J Periodontol 2018;89 Suppl 1:159-72.
  16. Papapanou PN, Sanz M, Buduneli N, Dietrich T, Feres M, Fine DH et al. Periodontitis: Consensus report of Workgroup 2 of the 2017 World Workshop on the Classification of Periodontal and Peri-Implant Diseases and Conditions. J Periodontol 2018;89(suppl.1):S173-S182.
  17. Zucchelli G, De Sanctis M. Treatment of multiple recession-type defects in patients with esthetic demands. J Periodontol 2000;71(9):1506-14.
  18. Damante CA, Karam PSBH, Ferreira R, Rezende MLR, Greghi SLA, Sant’ana ACP et al. Root surface demineralization by citric acid/tetracycline gel and aPDT associated to subepithelial connective tissue graft improves root coverage outcomes. A 12-month preliminary randomized clinical trial. J Photochem Photobiol B 2019;197:111528.