You are currently viewing Otimizando resultados em restaurações cerâmicas

Otimizando resultados em restaurações cerâmicas

Diogo Viegas ressalta a importância de uma abordagem cuidadosa e detalhada para alcançar os melhores resultados possíveis.

As restaurações indiretas em cerâmica se tornaram um elemento fundamental da Odontologia Estética contemporânea, proporcionando uma combinação de durabilidade e estética1. No entanto, a sua eficácia depende principalmente da escolha cuidadosa de procedimentos e materiais, assim como a tomada de decisão sobre o tipo de união, quantidade e qualidade da estrutura dentária remanescente, que determina a retenção, a forma de resistência e a estabilidade biomecânica da restauração2.

A seleção inadequada de métodos de adesão pode levar ao insucesso prematuro das restaurações cerâmicas. Os fatores que contribuem são as cáries secundárias, problemas endodônticos ou fratura da cerâmica. As restaurações que são aderidas em esmalte mostraram maior durabilidade em comparação com aquelas que são apenas em dentina. No entanto, em situações clínicas, é comum encontrar casos em que o esmalte e a dentina são afetados. Uma abordagem cuidadosa e detalhada é necessária para alcançar os melhores resultados possíveis.

FATORES A SEREM CONSIDERADOS

• Substrato dentário: cada substrato tem características únicas que podem influenciar na eficácia da adesão e durabilidade da restauração. O esmalte oferece uma superfície mais dura e menos porosa. O ácido fosfórico usado na técnica total-etch cria microrretenções no esmalte3-4. Por outro lado, a dentina é mais porosa e menos mineralizada, e é mais desafiante para a adesão, uma vez que as forças de adesão estão entre 10 Mpa e 25 Mpa comparativamente a 18 Mpa a 30 Mpa do esmalte (Figuras 1 e 2)5-6.

• Tipo de preparação: para garantir a retenção mecânica, são necessárias preparações de paredes paralelas ou levemente convergentes e margens definidas. No que diz respeito a preparações mais conservadoras, a adesão química proporcionada pelos cimentos adesivos compensa a menor retenção mecânica (Figuras 3 e 4)7.

• Espessura da restauração: a estética final em restaurações finas, ou seja, mais translúcidas, pode ser influenciada pela cor e opacidade do cimento (Figura 5)8.

• Tipo de restauração: as restaurações inlays, onlays e facetas, que podem não ter retenção mecânica significativa, dependem fortemente da adesão para estabilidade. A cimentação convencional tornou-se eficaz para coroas e pontes, para garantir retenção mecânica, e não depende tanto da resistência de união para estabilidade (Figura 6)9.

• Material de cimentação: para formar uma ligação química, tanto com a estrutura dentária quanto com o material restaurador, é fundamental o uso de cimentos adesivos (Figura 6). Por outro lado, a utilização de cimentos convencionais depende mais da retenção mecânica. A escolha do cimento é menos crucial para a ligação química, mas importante para o ajuste e longevidade da restauração10.

• A adesão dentária e a cimentação são componentes críticos da Odontologia Restauradora que requerem um entendimento profundo dos materiais e técnicas envolvidas. Os avanços contínuos nessas áreas prometem melhorar ainda mais a durabilidade e a estética das restaurações dentárias, oferecendo resultados melhores para os pacientes. A escolha cuidadosa dos materiais e a aplicação precisa são imperativas para maximizar a eficácia e a longevidade das restaurações. As Figuras 1 a 6 ilustram cada detalhe abordado acima.

Referências

  1. Blatz MB, Oppes S, Chiche G, Holst S, Sadan A. Influence of cementation technique on fracture strength and leakage of alumina all-ceramic crowns after cyclic loading. Quintessence Int 2008;39(1):23-32.
  2. Magne P, et al. Adhesive dentistry and the preservation of tooth structure. J Prost Dent 2016.
  3. Magne P et al. Adhesion to enamel and dentin: current status and future challenges. Oper Dent 2006;31(3):367-77.
  4. Heintze SD, Rousson V. Clinical effectiveness of direct class II restorations: a meta-analysis. J Adhes Dent 2012;14(5):407-31.
  5. Swift EJ Jr, Triolo PT Jr. Bond strengths of Scotchbond multi-purpose to moist dentin and enamel. Am J Dent 1992;5(6):318-20.
  6. De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res 2005;84(2):118-32.
  7. Heintze SD, Rousson V. Survival of zirconia- and metal-supported fixed dental prostheses: a systematic review. Int J Prosthodont 2010;23(6):493-502..
  8. Guess PC, Schultheis S, Bonfante EA, Coelho PG, Ferencz JL, Silva NR. All-ceramic systems: laboratory and clinical performance. Dent Clin North Am 2011;55(2):333-52.
  9. Magne P, Belser UC. Novel porcelain laminate preparation approach driven by a diagnostic mock-up. J Esthet Restor Dent 2004;16(1):7-16; discussion 17-8.
  10. Scotti N, Cavalli G, Gagliani M, Breschi L. New adhesives and bonding techniques. Why and when? Int J Esthet Dent 2017;12(4):524-35.