HAC Classification: grupo de pesquisadores da SLMandic apresenta dois estudos que avaliam abordagem clínica e biomateriais mais apropriados.
Um dos momentos mais críticos de todo o processo que envolve o diagnóstico e plano de tratamento em Implantodontia, sem dúvida, é a tomada de decisão sobre os métodos reconstrutivos do tecido ósseo no sítio de instalação do implante dental.
Isto se deve ao fato de que implícitos nesta escolha estão os conhecimentos sobre os aspectos anatômicos e biofuncionais do tecido ósseo da região reconstruída, das características dos biomateriais substitutos ósseos e membranas, e dos fatores sistêmicos relacionados direta e indiretamente com o osso, somando-se aos conhecimentos específicos em Implantodontia.
O enxerto ósseo é o recurso que torna possível o aumento nas dimensões vertical e horizontal da área reabilitada. Muito sobre este procedimento já foi discutido na literatura, sendo suas indicações e limitações já conhecidas pela maioria dos implantodontistas. Porém, na maior parte das vezes, a discussão sobre enxertos ósseos manteve-se concentrada nas características físico-químicas dos materiais utilizados e no seu comportamento estrutural quando inseridos no sítio receptor.
Para avaliar especificamente os fatores que exercem influência na reconstrução óssea horizontal, um grupo de pesquisadores da Faculdade São Leopoldo Mandic apresentou em 2018 um sistema de avaliação para indicar a escolha mais apropriada da abordagem clínica e dos biomateriais para reconstruções ósseas em áreas de alvéolos cicatrizados. Esse sistema considera, principalmente, a presença e quantidade de osso medular no sítio de implantação. Neste ínterim, vale dizer que, além do conhecimento prévio sobre os biomateriais, o sucesso e insucesso da enxertia leva em conta também as condições biofuncionais ósseas locais, trazendo melhor previsibilidade ao procedimento.
A Horizontal Alveolar Change Classification, mais conhecida como HAC Classification, define quatro situações possíveis, denominadas HAC1, HAC2, HAC3 e HAC4, cujas características são determinadas por condições pré-existentes e possíveis de serem verificadas em imagens tomográficas, tais como: a) quantidade de perda óssea horizontal; b) presença de osso medular; e c) manutenção da dimensão vertical do rebordo. Levando em conta estes fatores, a classificação permite a definição do tipo de enxerto a ser utilizado, do tipo de abordagem cirúrgica e da necessidade ou não de terapias avançadas, como a terapia celular, por exemplo (Figura 1).
A partir da proposta original da HAC Classification, um novo estudo foi publicado em 2020 pelo aluno de doutorado Márcio Américo Dias, do programa de pós-graduação em Implantodontia da Faculdade São Leopoldo Mandic, em parceria com pesquisadores estrangeiros. Os autores utilizaram o sistema para avaliar a prevalência do tipo de reabsorção óssea de rebordo alveolar em pacientes totalmente edêntulos (Figura 2). Na conclusão, foi relatado que pacientes totalmente edêntulos possuem a prevalência de classificação HAC4, ou seja, ausência de osso medular. Esta situação implica na utilização de enxertos ósseos autógenos ou biomateriais substitutos ósseos associados com elementos pró-osteoblásticos, como as proteínas morfogenéticas do osso (BMP) ou terapias com transplante de células autólogas.
Confira o artigo completo sobre o estudo publicado em 2020 utilizando a HAC Classification
Dias MA, Romito G, Villar CC, Sapata VM, Teixeira ML, Aloise AC et al. Prevalence of horizontal alveolar changes in edentulous patients: a retrospective tomographic study. Braz Oral Res 2020;34:e016 (DOI:10.1590/1807-3107bor-2020.vol34.0016).
https://bit.ly/33vmiRg
Confira o artigo original que propôs a HAC Classification em 2018
Pasquali PJ, Teixeira ML, de Oliveira TA, de Macedo LG, Aloise AC, Pelegrine AA. Maxillary sinus augmentation combining Bio-Oss with the bone marrow aspirate concentrate: a histomorphometric study in humans. Int J Biomater 2015;2015:121286 (DOI:10.1155/2015/121286).
https://bit.ly/3bjK5Iu
Conteúdo disponibilizado pelo corpo docente da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic, sob coordenação do Prof. Dr. Marcelo Napimoga.