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Montagem digital de modelos com o uso de arco facial

‘Pergunta ao especialista’: Eduardo Miyashita comenta o desenvolvimento de um arco facial impresso que possibilita o estudo, diagnóstico e planejamento de casos de reabilitação.

“Assim como ocorre em casos analógicos, como realizar uma montagem de modelos escaneados em articulador virtual e sua regulagem individualizada para análise oclusal em reabilitação oral?”
Sérgio Nogata (São Paulo/SP)

A reabilitação protética requer diagnóstico bem estabelecido e planejamento detalhado. A montagem no articulador usando o arco facial é fundamental em casos de reabilitação oral em que a posição de máxima intercuspidação está comprometida, sendo necessário avaliar o chamado tripé da oclusão: 1) Relação central; 2) Dimensão vertical de oclusão; 3) Guia anterior.

A montagem analógica convencional demanda tempo e é tecnicamente sensível, dependendo da habilidade e do conhecimento do operador, enquanto a montagem de modelos escaneados de forma personalizada em articuladores virtuais apresenta atualmente a desvantagem de ser muito onerosa, pois envolve o uso de arcos faciais digitais importados e com elevado custo. O mercado internacional apresenta um número considerável de sistemas digitais para obter os movimentos mandibulares individualizados de pacientes, como: Cadiax (Gamma Dental, Áustria); ArcusDigma (KaVo Dental GmbH, Alemanha); Modjaw (Modjaw, França); Zebris (AmannGirrbach, Áustria); PlaneSystem (Zirkonzahn, Itália); e Sam Axioquick (Sam Dental, Alemanha). No entanto, o alto custo desses sistemas é um grande obstáculo à realidade clínica.

A montagem digital sem o emprego de arcos faciais digitais impossibilita a montagem individualizada – nestes casos, são usados valores médios para o posicionamento dos modelos e regulagem dos articuladores. Modelos digitais transferidos para um articulador com base em valores médios ou arbitrários podem induzir a erros em relação à oclusão final quando a dimensão vertical do articulador for alterada.

Para solucionar esse problema, foi desenvolvido um arco facial impresso denominado Arco Facial de Nicole. Ele é de baixo custo, confeccionado com polímero sintético termoplástico (PLA) em impressora 3D e desenhado através do software aberto Autodesk Meshmixer (Figuras 1 e 2), além de ser composto por duas extremidades posicionadas bilateralmente 13 mm à frente do trágus, no eixo aproximado de rotação do paciente e uma extensão anterior, para posicionar a altura de um terceiro ponto infraorbitário para referência ao plano de Frankfurt. Este arco pode ser adaptado à face de qualquer paciente (Figura 3) e digitalizado por meio de scanner intraoral. Em seguida, realiza-se o escaneamento intraoral dos arcos superior e inferior do paciente, e o registro da relação maxilomandibular em relação central, auxiliado por um jig de Lucia (Figura 4).

Os arquivos digitais dos arcos superior e inferior registrados em relação central e o arquivo digital do escaneamento extraoral do Arco Facial de Nicole são importados para o software Autodesk Meshmixer e combinados (Figura 5). As extremidades do Arco Facial de Nicole, que representam os pontos aproximados do eixo terminal de rotação, são posicionados no eixo virtual que passa pelos côndilos do articulador digital (Bioart A7Plus – São Carlos/SP, Brasil), Figura 6. A inclinação no plano horizontal é estabelecida por meio da extensão infraorbitária para posicionar o conjunto em relação ao plano de Frankfurt (Figura 7).

Assim como a montagem analógica, a montagem digital final obtida usando o Arco Facial de Nicole possibilita o estudo, diagnóstico e planejamento de casos de reabilitação, além da localização de contatos prematuros em relação central (Figura 8).