De acordo com Ivete Sartori e Márcio Francês, o planejamento protético auxiliado pela fotografia e pelos fundamentos de estética pode representar um diferencial para as reabilitações implantossuportadas.
O uso das linhas de referência facial (métrica facial) é descrito em distintas áreas da Odontologia e vem permitindo o diagnóstico e reabilitação de forma satisfatória. Na Implantodontia não é diferente. O estudo da relação dos dentes com o rosto (macroestética), dos dentes com a boca (miniestética), e dos dentes entre si (microestética) pode ser bem explorado e levar ao entendimento das possibilidades de modificações, podendo ser aplicado nas fotografias odontológicas.
No exame clínico inicial de uma paciente parcialmente desdentada, usuária de prótese parcial removível maxilar (Figuras 1 e 2) e apresentando muitas queixas relativas à aparência dos seus dentes, foram tomadas fotografias para estudo (Figuras 3 e 4). Na foto frontal, foi feito o traçado das linhas de referência verticais para avaliação da macroestética (Figura 5).
Com as informações coletadas no exame clínico e no estudo fotográfico, foi idealizado o plano de tratamento. O caso foi moldado e montado em articulador semiajustável, e o tratamento foi dividido em duas fases. Para a primeira etapa, o planejamento foi remover todos os dentes com regularização óssea dos dois arcos, instalação de quatro implantes no setor anterior de mandíbula e instalação de uma prótese do tipo híbrida, além da instalação de uma prótese total mucossuportada imediata provisória (PTI) na maxila.
Para o preparo protético, os dentes foram removidos do modelo de gesso e as linhas de regularização óssea seguiram as informações coletadas, realizando o ajuste. Os dentes foram montados, e obtidos o guia multifuncional inferior e a PTI superior acrilizada em resina incolor (para também servir como guia de regularização óssea). Após a primeira fase, a paciente foi novamente submetida ao preparo protético para instalação dos implantes maxilares. Essa divisão em fases permitiu um segundo estudo quanto à necessidade de mais regularização óssea na maxila.
Foram instalados os implantes maxilares e a prótese em carga tardia. As Figuras 6 a 8 mostram o resultado alcançado. A panorâmica obtida após a instalação das reabilitações implantossuportadas (Figura 9) mostra a condição de instalação dos implantes, juntamente com as regularizações teciduais, sem as quais não teria sido possível abrir o espaço necessário para as próteses.
A análise do caso reabilitado permite concluir que o planejamento protético auxiliado pela fotografia e pelo conhecimento dos fundamentos de estética pode representar um diferencial para que as reabilitações implantossuportadas preencham os requisitos esperados. Caso realizado na clínica de mestrado da Faculdade Ilapeo, em Curitiba (PR).
Ivete Sartori
Mestra e doutora em Reabilitação Oral – Forp/USP; Professora dos cursos de mestrado e doutorado – Faculdade Ilapeo e Clínica Mollaris, em Portugal.
Orcid: 0000-0003-3928-9430.
Autor convidado:
Márcio Francês
Especialista e mestrando em Implantodontia – Ilapeo.