Eduardo Miyashita explica quais são os requisitos para a realização de facetas laminadas cerâmica em um sistema chairside.
Quais os requisitos para a realização de facetas laminadas cerâmica em um sistema chairside?
Tainá Castro (São Paulo/SP)
A realização de facetas laminadas no sistema chairside tem como requisitos essenciais a obtenção da anatomia, seleção de cerâmica; maquiagem/glaze e cimentação.
No início do processo, a definição da anatomia pode ser realizada a partir de três técnicas diferentes: a anatomia biogenérica, em que o software determina a anatomia para o elemento preparado a partir da correlação com os demais dentes; a técnica de copiar e espelhar, em que se faz o espelhamento da anatomia do dente homólogo; e a cópia biogenérica, em que se escaneia a anatomia do dente antes de se realizar o preparo.
No caso clínico que apresentaremos a seguir, a paciente possuía grande quantidade de resina no elemento 23, com queixa de alteração de cor e falta de polimento do mesmo, embora a anatomia estivesse com um excelente padrão. Diante desse cenário, optou-se pela cópia biogenérica para obtenção da anatomia (software Cerec 5.1.3, Sirona – Alemanha).
Na etapa de seleção da cerâmica, considerou-se que o elemento em questão era um guia de canino, cujo paciente possuía moderado risco oclusal, com histórico de apertamento e abfrações já restauradas. Assim, a escolha deu-se pelo dissilicato de lítio reforçado por zircônia (Suprinity, Vita – Alemanha), Figura 1. Tanto a seleção da anatomia quanto a da cerâmica devem ser realizadas na fase 1 do software, chamada de administração.
Na fase 2, denominada captura, foi realizado o escaneamento com scanner intraoral (Omnicam AF, Sirona – Alemanha) do dente a ser preparado (Figura 2). Em seguida, foi realizado o preparo para faceta laminada (Figura 3) e os escaneamentos do preparo (Figura 4), do antagonista (Figura 5) e da oclusão (Figura 6).
Após a fase 3, onde é obtido o modelo virtual, na fase 4 foi gerada automaticamente a anatomia, devido à opção cópia biogenérica (Figuras 7). Então, na fase 5 do software, a restauração é posicionada virtualmente no bloco (Figura 8) para o comando de usinagem, que foi realizada em 13 minutos (Fresadora Primemill, Sirona – Alemanha). Após a fresagem, foi feita a sinterização em um forno para cerâmica, pintura extrínseca e glaze.
Por fim, a cimentação da faceta foi realizada com o tratamento no dente, com os seguintes procedimentos: técnica de condicionamento ácido seletivo em esmalte durante 30 segundos com ácido fosfórico 35% (Ultra Etch, Ultradent – EUA); lavagem durante um segundo com água e ar; aplicação ativa do adesivo autocondicionante durante 20 segundos (Single Bond Universal, 3M Espe – EUA); tratamento na parte interna da restauração com ácido fluorídrico 10% durante 20 segundos (Dentsply, Alemanha); lavagem durante um minuto com água corrente; aplicação de agente silano (Denstply, Alemanha) ativamente durante três segundos e secagem com ar; cimentação com Relyx Veener cor neutra, remoção de excessos e polimerização (fotopolimerizador Elipar, 3M – EUA), Figura 9.
Coordenação:
Eduardo Miyashita
Professor titular do Depto. de Odontologia, disciplina de Prótese Dental – Unip/SP; Doutor em Odontologia Restauradora – Unesp/SJC.
Orcid: 0000-0002-1098-714X.
Autor convidado:
Alfredo Mikail Mesquita
Mestre e doutor em Prótese Dentária – Unesp, São José dos Campos; Professor titular de Prótese Dentária e professor do programa de mestrado e doutorado – Unip; Coordenador do curso de especialização em Prótese Dentária – São Leopoldo Mandic.