O que é preciso para a realização de trabalhos imediatos? Ivete Sartori mergulha no tema e lista problemas comuns neste tipo de abordagem.
A instalação de trabalhos nominados como imediatos não é uma ideia nova na Odontologia e nem teve início com a Implantodontia. Apesar do interesse ter crescido com a introdução da técnica de carga imediata, os conceitos são baseados na prótese total e são bem sedimentados.
No dia a dia, temos visto alguns problemas relacionados à execução dos trabalhos e, inclusive, comentários na internet que alertam sobre a falta de conhecimento conceitual associada à técnica, motivo que nos chama a atenção para a necessidade de discussão do tema.
Sempre que se deseja instalar trabalhos imediatos, é preciso preparo antecipado de uma boa área de assentamento. Para o trabalho apresentar adaptação e o planejamento do articulador se repetir em boca, deve existir uma boa área edêntula no arco que tenha sido bem moldada. Por esse motivo, quando há dentes no arco todo, é imprescindível realizar o chamado preparo prévio (ou preparo de boca) antes da moldagem.
Esse conceito advém da prótese total imediata e, hoje, é aplicado também na Implantodontia para o preparo dos guias multifuncionais utilizados na técnica de carga imediata. Essa base de assentamento é responsável pela transferência dos dados e sem ela é impossível executar um bom trabalho. É importante entender que, com essa base de assentamento garantida, não existirá problema nos casos de regularização óssea, que não mudará a adaptação da prótese total ou do guia multifuncional, uma vez que na base de assentamento não haverá regularizações. As Figuras 1 a 7 ilustram alguns cuidados recomendados para a efetividade da técnica.
Ivete Sartori
Mestra e doutora em Reabilitação Oral – Forp/USP; Professora dos cursos de especialização em Implantodontia – Fundecto/USP, dos cursos de mestrado e doutorado da Faculdade Ilapeo, dos cursos de aperfeiçoamento em Implantodontia da APCD (Bauru) e da Clínica Mollaris, em Portugal.
Orcid: 0000-0003-3928-9430.