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Como implantes dentários antibacterianos podem revolucionar a biossegurança

Victor Montalli destaca pontos de estudo para utilização de ligas de titânio e cobre para implantes dentários antibacterianos.

Apesar do sucesso, com cerca de dez milhões de implantes dentários sendo usados anualmente em todo o mundo, as infecções associadas a implantes continuam sendo um desafio na rotina clínica. Estudos relatam que cerca de 80% dos pacientes com implantes adquirem mucosite peri-implantar e peri-implantite1.

Uma estratégia ideal para combater infecções associadas a implantes dentários seria a introdução de ações antibacterianas no projeto e fabricação do implante, incluindo a administração de antimicrobianos ou íons metálicos através das superfícies do implante.

Dentre esses avanços, um grupo de pesquisadores tem estudado o desenvolvimento e a utilização de ligas de titânio e cobre (TiCu) para implantes dentários2. O cobre tem sido amplamente estudado como agente antimicrobiano, demonstrando capacidade de inibir o crescimento de bactérias. Essa propriedade pode ser benéfica na prevenção de infecções peri-implantares, minimizando os riscos associados à saúde bucal. No referido estudo, Liu et al. (2021) destacam que a biossegurança é um fator crítico para futuras aplicações clínicas.

A seguir, apresento alguns pontos de destaque do estudo.

– A adição do cobre na liga confere maior resistência e durabilidade ao implante. Essa resistência mecânica aprimorada pode minimizar o risco de fraturas ou falhas dos implantes, garantindo maior segurança para os pacientes.

– A biocompatibilidade é um fator crucial na Implantodontia, uma vez que os implantes dentários devem ser compatíveis com o tecido humano. A liga de TiCu demonstrou excelente biocompatibilidade, característica que reduz o risco de reações adversas, inflamações e complicações pós-operatórias.

– A resistência à corrosão é essencial para a durabilidade dos implantes dentários e para a manutenção da integridade estrutural a longo prazo. A liga de TiCu apresentou alta resistência à corrosão, protegendo o implante contra danos causados pelos fluidos orais e outros agentes corrosivos.

– Provavelmente, o maior benefício da presença de cobre na liga de titânio é a propriedade antibacteriana do implante dentário. Essa presença do cobre também tem sido associada à redução da formação de biofilme e apresentou supressão da resposta inflamatória peri-implantar.

– O cobre tem propriedades antimicrobianas que impedem a aderência e a multiplicação de bactérias na superfície do implante. Isso contribui para a prevenção de complicações e infecções, promovendo a saúde bucal e a biossegurança do paciente. Ao reduzir o biofilme e inibir o crescimento bacteriano, a liga de TiCu contribui para a manutenção da estabilidade e saúde dos tecidos ao redor do implante, minimizando o risco de complicações e a necessidade de intervenções adicionais.

Diante do exposto, no futuro, a sinergia entre a engenharia de materiais e a Implantodontia, impulsionada pela inovadora liga de titânio e cobre, poderá abrir novos horizontes na Odontologia, possibilitando implantes ainda mais avançados e que podem contribuir para uma melhor saúde bucal.

Referências

  1. Lee CT, Huang YW, Zhu L, Weltman R. Prevalences of peri-implantitis and peri-implant mucositis: systematic review and meta-analysis. J Dent 2017;62:1-12.
  2. Liu H, Tang Y, Zhang S, Liu H, Wang Z, Li Y et al. Anti-infection mechanism of a novel dental implant made of titanium-copper (TiCu) alloy and its mechanism associated with oral microbiology. Bioact Mater 2021;8:381-95.