David Morita faz uma análise sobre a evolução dos sistemas de injeção de cerâmica, mais precisamente o dissilicato de lítio.
Voltamos a falar de tecnologia, porém de outra maneira. Desta vez, a abordagem será sobre a evolução dos sistemas de injeção de cerâmica, mais precisamente o dissilicato de lítio. Muitos já conhecem as pastilhas injetáveis para confecção de restaurações livres de metal. Mas, será que todos sabem sobre as pastilhas injetáveis que possuem uma parte de dentina e outra de incisal? Pois bem, elas existem. E é sobre elas que vou falar aqui.
Apesar de existirem diversas pastilhas disponíveis no mercado, muitas vezes, em relação às cores e opacidade, encontramos dificuldade em alguns trabalhos por causa da necessidade de reposição ou construção da restauração. Repor apenas esmalte dentário é mais fácil porque quase todos os sistemas de cerâmica injetável possuem esta opção – finalizando com a técnica de maquiagem.
Para repor dentina, também há opções. Porém, é preciso usar uma pastilha que reconstrua esta parte do dente – apesar de não ter a incisal ou esmalte nesta opção. Sendo assim, indica-se uma aplicação de cerâmica na restauração, a fim de tornar o trabalho mais estético e natural – por exemplo, a técnica de cut-back.
Para trabalhar com esta pastilha, devemos mudar o procedimento de inclusão das peças. Como a pastilha tem um gradiente de cores, as peças são incluídas lateralmente e deve ser adquirida uma base de anel. Outro fator é o canal de alimentação, que deve ser uma espécie de lâmina de cerâmica conectada à peça em uma das extremidades (mesial ou distal) do elemento a ser injetado.
Busque sempre conectar o canal de alimentação na parte mais espessa da peça para a mais fina, pois evitará falhas na injeção e preencherá o padrão com uma melhor distribuição das cores da pastilha. Este material pode ser usado tanto para confecção de facetas quanto de coroas, além de poder utilizar a técnica de maquiagem ou estratificação. Em elementos unitários, recomenda-se a técnica de estratificação para melhor desempenho da restauração, enquanto em casos de mais elementos que não sejam intercalares, a técnica de maquiagem é muito bem aceita e apresenta resultados extremamente estéticos.
Por que não se deve usar este material apenas com maquiagem em elementos unitários no setor anterior da boca? Porque o dissilicato de lítio tem uma absorção de luz maior que os dentes naturais, então optamos pela estratificação da face vestibular para conseguir um resultado de cor mais satisfatório, já que as cerâmicas de cobertura se assemelham mais às cores dos dentes naturais.
Vale lembrar que estamos falando de um material restaurador superestético e, caso seja feita alguma aplicação de cerâmica sobre a peça, esta será reduzida, fazendo com que o trabalho seja rápido e previsível. É essencial preservar o comprimento do dente, os contatos proximais e a oclusão.
David Morita
Técnico em Prótese Dentária – Senac; Proprietário do Laboratório e Instituto de Treinamento David Morita; Segundo secretário da Assembleia Administrativa da SBO Digital.