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Análise da associação de osso autógeno a biomateriais substitutos ósseos alógenos e xenógenos na reconstrução óssea vertical

Equipe da São Leopoldo Mandic detalha artigo que descreve associação de tecido ósseo autógeno com biomateriais substitutos ósseos.

Um estudo publicado na conceituada revista científica Clinical Implant Dentistry and Related Research, em outubro de 2022, descreveu o efeito da associação de tecido ósseo autógeno com dois tipos de biomateriais substitutos ósseos na reconstrução vertical de rebordos já há algum tempo cicatrizados.

A pesquisa intitulada “Comparative analysis of two biomaterials mixed with autogenous bone graft for vertical ridge augmentation: a histomorphometric study in humans” foi desenvolvida por pesquisadores da Faculdade São Leopoldo Mandic, de Campinas (SP), em conjunto com as universidades El Bosque (Bogotá, Colômbia), Michigan (Ann-Arbor, EUA) e Iowa (Iowa, EUA). O artigo foi resultado do projeto para obtenção do título de doutor em Implantodontia desenvolvido pelo aluno egresso Pier Gallo, que foi orientado pelos professores André Antonio Pelegrine e Antonio Carlos Aloise.

Por um longo período, a decisão sobre o tipo de biomaterial a ser utilizado na reconstrução óssea tem sido debatida entre especialistas, sendo um tema de pesquisa que gera evidências em diversos níveis científicos. Existem várias características a serem consideradas na escolha do biomaterial, sendo três delas especialmente importantes para os cirurgiões-dentistas: osteocondução, osteoindução e, mais recentemente, a capacidade de manter um espaço adequado para a diferenciação celular.

Os autores apresentaram uma alternativa intrigante ao combinar alguns desses biomateriais, avaliando se essa combinação afeta a quantidade de neoformação de tecido mineralizado vital. Essa abordagem pode oferecer insights valiosos para a prática odontológica relacionada à reconstrução óssea.

Neste estudo prospectivo, foram coletadas 24 amostras para análise histológica de 16 pacientes edêntulos parciais submetidos ao aumento vertical do rebordo alveolar. Os pacientes foram divididos em dois grupos com base no tipo de enxerto ósseo utilizado: grupo A (GA), em que foi empregado enxerto alógeno; e grupo B (GB), em que foi utilizado enxerto associado ao osso autógeno. Todas as intervenções foram realizadas pelo mesmo cirurgião, seguindo sempre a mesma técnica e respeitando o conceito da regeneração óssea guiada. Isso incluiu o uso de uma membrana estruturada com titânio, visando atender à característica de manutenção do espaço na região enxertada (Figuras 1).

Figuras 1 – A. Defeito imediatamente após elevação completa do retalho mucoperiosteal. B. Membrana de d-PTFE reforçada com titânio e fixada no palato, e colocação de uma mistura de xenoenxerto + enxerto autógeno na proporção 1:1. C. Membrana não reabsorvível reforçada com titânio d-PTFE cobrindo todas as partículas do enxerto. D. remoção da membrana após nove meses. E. Situação clínica após a retirada da membrana, mostrando aumento vertical. F. Coleta da biopsia óssea por meio de uma broca trefina para avaliação histológica e histomorfométrica. G. Instalação de implante no mesmo local onde foi colhida a biopsia. H. Após colocação da prótese definitiva.

Os resultados desta pesquisa confirmaram que a combinação de osso autógeno com biomateriais de origem xenógena e alógena, seguindo os princípios da regeneração óssea guiada, possibilitou a formação de tecido mineralizado vital (osso neoformado) em uma porcentagem comparável aos resultados de estudos clínicos que empregaram exclusivamente enxerto autógeno (Tabela 1).

TABELA 1 – ANÁLISE HISTOMORFOMÉTRICA COM RESULTADOS EXPRESSOS EM PORCENTAGEM DE ÁREA DE CADA TECIDO AVALIADO NOS GRUPOS A E B

Grupo A: enxerto alógeno + autógeno; grupo B: enxerto xenógeno + autógeno; TMV: tecido mineralizado vital; TMNV: tecido mineralizado não vital; TNM: tecido não mineralizado.
Análise estatística pelo teste U de Mann-Whitney com o valor de p > = 0,05 considerado significante.

 

Com este estudo, a São Leopoldo Mandic demonstra mais uma vez sua habilidade em contribuir internacionalmente para a entrega de evidências científicas robustas, enriquecendo o conhecimento no âmbito da enxertia óssea em Implantodontia.