Coluna ‘Mandic News’ debate estudo que abordou o processo de coleta do periósteo  palatino de dez indivíduos, por meio da utilização de um bisturi circular com 3 mm de diâmetro. 

Um recente artigo científico publicado no Dentistry Journal, intitulado “A minimally invasive surgical procedure to harvest palate periosteum as a source of mesenchymal stromal/stem cells for bone tissue engineering”, comprovou a capacidade de obtenção de células-tronco mesenquimais por meio de uma abordagem cirúrgica minimamente invasiva na região do palato duro. A publicação faz parte da tese de doutorado do cirurgião-dentista equatoriano David Gonzalo Montero López, que será defendida em 2025 na Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic, em Campinas.

O colega foi orientado pelo Prof. Dr. André Antonio Pelegrine, que é inventor da patente da metodologia de obtenção, cultivo e criopreservação das células-tronco do periósteo palatino, juntamente com os também cirurgiões-dentistas e pesquisadores José Ricardo Muniz Ferreira e Daniel Navarro da Rocha, membros da empresa R-Crio Células- Tronco (número do processo de patente: BR 10 2021 003512 9, de 24/2/2021).

O referido estudo abordou o processo de coleta do periósteo do palato de dez indivíduos, por meio da utilização de um bisturi circular com 3 mm de diâmetro (Figuras 1). O tecido coletado de forma minimamente invasiva é inserido em um tubo contendo meio de transporte e levado ao laboratório. Apenas a porção relativa ao periósteo é levada para digestão enzimática e continuidade do processo (Figuras 2). Em todos os dez casos, foi confirmada a possibilidade de isolamento e cultivo de células-tronco mesenquimais, com alta viabilidade. Adicionalmente, uma alíquota das células-tronco dos dez pacientes foi submetida à diferenciação osteogênica, comprovando o potencial uso do periósteo palatino como fonte celular para a engenharia do tecido ósseo (Figuras 3). Além disso, exames de imunofenotipagem comprovaram o fenótipo relativo a células-tronco mesenquimais, as quais podem ser mantidas em criopreservação por tempo indeterminado.

Esses resultados criam importantes insights para a otimização dos procedimentos de reconstrução óssea de defeitos ósseos críticos por meio do uso da terapia celular, já que a incorporação dessas células aos biomateriais substitutos ósseos pode conferir propriedades osteogênicas ao enxerto composto. Somam-se a estes achados muitos outros relacionados às inovações em terapia celular, produzidos pela equipe da São Leopoldo Mandic em parceria com a R-Crio Células-Tronco.

Com isso, a coordenação científica do IN 2024 decidiu inserir uma atividade intitulada “Novas possibilidades em reconstruções ósseas: terapia celular ao alcance do cirurgião-dentista”, no módulo Insights do evento, no dia 26 de setembro. Esse parece ter sido mais um belo insight do time do IN 2024, que pode vir a desencadear muitos outros. Contamos com a sua presença nessa discussão científica que, certamente, será rica e inovadora. Até lá!