A integração entre os diferentes programas do fluxo digital é de extrema importância para a fluidez do planejamento de tratamento.
Antes da informação ser digital, os humanos guardavam conteúdos escritos em gavetas e armários. Os cirurgiões-dentistas e técnicos em prótese dentária armazenavam os modelos físicos em caixas de plástico ou de papelão. No entanto, com o advento da digitalização 3D, as informações formam um fluxo digital, chamadas de malhas, e são armazenados em computadores e clouds¹ . Os formatos de arquivo usados para codificar os dados necessitam estar em uma determinada linguagem para serem reconhecidos e processados pelos softwares.
O formato de arquivo mais comumente usado na impressão 3D usa a extensão .STL (Figura 1). Como funciona? O modelo 3D (CAD) é descrito por intermédio de uma malha de “ladrilhos” triangulares costurados, cada um definido pelas coordenadas dos seus vértices sem qualquer informação de cor, textura ou transparência (Figura 2)².
Ainda existem outros formatos de arquivo bastante utilizados no fluxo digital, como o .OBJ (object file format) e o .PLY (polygonal file format), que carregam informações adicionais (Figuras 3 a 5). Ambos usam geometria poligonal (pontos, linhas e faces) e geometria de forma livre (curvas e superfícies) que permitem registrar até os detalhes mais minuciosos da superfície de um objeto, incluindo cor, coordenadas de textura e transparência³.
Há vantagens em usar o .STL em relação a outros formatos de arquivo. Em primeiro lugar, como ele é universalmente reconhecido e mais comumente usado, a colaboração se torna mais fácil. Os arquivos .STL também são simples e ocupam menos espaço, o que torna o seu processamento mais rápido⁴. Porém, também existem desvantagens: trata-se de um arquivo em formato final, ou seja, para impressão. Quanto maior a resolução, maior o tamanho do arquivo, mais tempo para processar⁵.
O objetivo é esclarecer, na atual era digital, quais são as diferenças entre os variados formatos que podem ser utilizados durante o trabalho digital. É importante salientar que apenas os arquivos .STL e .OBJ são passíveis de serem impressos e fresados.
A seguir, seguem algumas representações da aplicação destes conceitos.
Referências
- Joda T, Ferrari M, Gallucci GO, Wittneben JG, Brägger U. Digital technology in fixed implant prosthodontics. Periodontol 2000 2017;73(1):178-192. https://doi.org/10.1111/prd.12164
- Grant GT, Campbell SD, Masri RM, Andersen MR. Glossary of Digital Dental Terms: American College of Prosthodontists. J Prosthodont 2016;25(suppl.2):S2-9. https://doi.org/10.1111/jopr.12532
- Chiu A, Chen YW, Hayashi J, Sadr A. Accuracy of CAD/CAM digital impressions with different intraoral scanner parameters. Sensors (Basel) 2020;20(4):1157. https://doi.org/10.3390/s20041157
- Richert R, Goujat A, Venet L, Viguie G, Viennot S, Robinson P et al. Intraoral scanner technologies: a review to make a successful impression. J Healthc Eng 2017;2017:8427595. https://doi.org/10.1155/2017/8427595
- Asar NV, Yun S, Schwartz S, Turkyilmaz I. Analysis of the relationship between the surface topography of prepared tooth surfaces and data quality of digital impressions from an intraoral scanner. Journal of Dental Sciences, 2021. https://doi.org/10.1016/j.jds.2021.07.013
Coordenador
Diogo Viegas
Pós-graduado e técnico em Prótese Dentária, doutor em Ciências da Reabilitação Oral e professor assistente convidado de Prótese Fixa e Reabilitação Oral – FMDUL, em Portugal.
Autores convidados
Ivan Rudek
Cirurgião-dentista; Docente em Prótese Fixa – Univali; Graduate Periodontics Program – Universidade de Michigan.
Guilherme Saavedra
Professor associado do programa de pós-graduação em Odontologia Restauradora – ICT-Unesp; Professor visitante – FMDUL, Portugal; Vice-presidente da SBODigital.