Trabalho avalia, pelo método de elementos finitos (MEF), as tensões geradas na coroa, implante e tecidos ósseos com diferentes proporções coroa/implante.
AUTORES
Victor Duarte de Sousa
Mestrando em Prótese e Reabilitação Oral – SLMandic; Especialista em Implantodontia e em Endodontia – Unigranrio.
Ricardo Armini Caldas
Doutor em Clínica Odontológica, área de Prótese Dentária – FOP-Unicamp; Professor adjunto – Universidade Federal de Santa Catarina.
Jonathan Leão de Souza Lima
Mestrando em Prótese e Reabilitação Oral – SLMandic; Especialista em Implantodontia e professor da especialização em Implantodontia – ABO-MG; Professor da disciplina de Prótese Fixa e Removível – Unifenas.
Milton Edson Miranda
Doutor em Prótese Dentária – Universidade de São Paulo; Professor do curso de pós-graduação – Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic.
William Cunha Brandt
Doutor em Materiais Dentários e Aperfeiçoamento em Endodontia Clínica – FOP-Unicamp; Professor da pós-graduação em Implantodontia – Universidade de Santo Amaro.
Rafael Pino Vitti
Doutor em Materiais Dentários – FOP-Unicamp; Professor do curso de Odontologia – Centro Universitário da Fundação Hermínio Ometto.
RESUMO
Foram avaliadas, pelo método de elementos finitos (MEF), as tensões geradas na coroa, implante e tecidos ósseos com diferentes proporções coroa/implante. Virtualmente, foram posicionados implantes hexágono externo medindo 4 x 11 mm em blocos simulando osso mandibular. Em seguida, foram instalados intermediários e confeccionadas coroas em dissilicato de lítio com alturas de 8 mm, 10 mm ou 12 mm para cada implante. Após a confecção dos modelos, foram aplicadas forças de 100 N verticais e oblíquas sobre as coroas simulando as que atuam na cavidade bucal. Em relação ao intermediário, a tensão máxima principal foi menor no intermediário da coroa de 8 mm. A tensão mínima principal também foi semelhante à tensão máxima principal, sendo que o menor valor foi no intermediário da coroa de 12 mm. Em relação à tensão de von Mises nos implantes, ela foi maior na coroa de 12 mm. Em relação ao tecido ósseo, a tensão stress ratio em osso cortical foi muito semelhante nas coroas de 8 mm, 10 mm e 12 mm. Já a tensão stress ratio em osso medular foi maior na coroa de 12 mm. Concluiu-se que a coroa com altura de 8 mm teve um melhor desempenho com implantes com altura de 11 mm, e a proporção coroa-implante em região posterior de mandíbula apresentou uma influência significativa na distribuição de tensões nos intermediários, implante e no osso peri-implantar.
Palavras-chave – Métodos de elementos finitos (MEF); Pilares; Transmucoso; Proporção coroa-implante; Von Mises.
ABSTRACT
The stresses generated in the crown, implant and bone tissues with different crown-implant proportions were evaluated using the finite element method (FEM). External hexagon implants measuring 4 x 11 mm were virtually positioned in blocks simulating mandibular bone. Then, abutments were installed and crowns were made in lithium disilicate with heights of 8, 10 or 12 mm for each implant. After making the models, vertical and oblique forces of 100 N were applied to the crowns, simulating those acting in the oral cavity. We observed that, in relation to the intermediate, the maximum principal tension was lower in the intermediate of the 8 mm crown. The minimum main tension was also similar to the maximum main tension, with the lowest value being in the middle of the 12 mm crown. Regarding the von Mises tension in the implants, it was higher in the 12 mm crown. Regarding bone tissue, the stress ratio in cortical bone was very similar in the 8 mm, 10 mm and 12 mm crowns. The stress ratio in medullary bone was higher in the 12 mm crown. We found that the 8 mm height crown had a better performance with 11 mm height implants and the crown-implant ratio in the posterior region of the mandible had a significant influence on the stress distribution in the abutments and peri-implant bone.
Key words – Finite element methods (FEM); Abutments; Transmucosal; Crown-to-implant ratio; Von Mises.
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