O uso de tecnologias na HOF traz novas possibilidades com o objetivo de estimular colágeno, melhorar o contorno facial e ter uma retração tecidual.
O conhecimento sobre o processo de envelhecimento facial possibilita a definição de protocolos individuais de tratamento para cada paciente. Uma vez entendido e diagnosticado o processo de envelhecimento, é importante ajustar as necessidades de reestruturação facial de forma tridimensional e multicamada para obtermos um resultado natural e sem excessos1-2. Nesse sentido, o uso de tecnologias traz novas possibilidades com o objetivo de estimular colágeno, melhorar o contorno facial, ter uma retração tecidual e atingir uma superfície de pele mais clara, lisa e com poros fechados3.
A tecnologia de plasma é indicada para regiões com a presença de rugas, vincos e cicatrizes, e pode ser utilizada na remoção de sinais em pacientes com fototipos I, II e III na escala de Fitzpatrick. O plasma é descrito na literatura como o quarto estado da matéria, e no tratamento provém da interação do equipamento com o ar do ambiente. Ao aproximar o eletrodo na pele, ocorre a ionização do ar atmosférico, gerando um arco de plasma que sublima a epiderme do tecido, causando retração imediata da pele e estímulo de colágeno4.
O ultrassom microfocado é um equipamento com a capacidade de atingir as camadas da pele de forma pouco invasiva através de energia acústica. O equipamento é utilizado a temperaturas entre 55º e 70º, gerando pontos de coagulação térmica e uma desnaturação do colágeno. Este aquecimento chega nas camadas mais profundas da pele sem atingir a epiderme e a derme papilar, causando um estímulo de colágeno na região aplicada.
O laser é considerado luz coerente, monocromática, colimada e de alta intensidade. O sistema pode variar de acordo com seu meio, fonte de energia e seus espelhos refletores, assim como no modo de emissão de luz. Os lasers também podem ser utilizados com fins terapêuticos, e alguns fatores, como o comprimento de onda, a duração do pulso, o tamanho, o tipo e a profundidade do alvo, devem ser considerados. Os principais alvos do laser são pigmentos naturais e externos (i.e. cromóforos), água intracelular, aminoácidos e ácidos nucleicos3,5.
O laser de thulium (Lavienn, Reface) possui um comprimento de onda de 1.927 nm e é uma alternativa de tratamento para derme e epiderme superficial. É um laser com afinidade por água que cria canaletas intraepidérmicas e lacunas dermoepidérmicas com grande preservação do extrato córneo. A sua intensidade e profundidade de ação podem ser alteradas de acordo como tipo de pele e objetivos do paciente6. O laser de diodo, com comprimento de onda de 1.470 nm, tem uma grande afinidade por água e a capacidade de promover aumento de espessura dérmica, estímulo de colágeno e diminuição de rugas e vincos utilizando uma fibra ótica condutora em planos subcutâneos7. Utilizando o mesmo comprimento de onda de forma fracionada e não ablativa, o laser de diodo induz lesões seletivas na derme capazes de gerar neocolagênese. Desta maneira, ele pode ser indicado para cicatrizes de acne, estrias, rugas estáticas, textura de pele e poros dilatados, bem como pigmentação superficial LaserMe (Neauvia – Suíça)8.
CASO CLÍNICO 1
Paciente do sexo feminino, com 38 anos de idade, compareceu à consulta com o objetivo de melhorar a qualidade e elasticidade da pele sem ter um aumento de volume. Após avaliação clínica, foi realizada uma sessão de ultrassom microfocado (ReFace, Medsystem). Para avaliação dos resultados, foi realizado um escaneamento facial 3D utilizando um aparelho de estereofotogrametria 3D (3D Life Viz Mini-Quantificare – Sophia Antipolis, França).
Foram delimitadas áreas de proteção de nervos, traqueia e globo ocular, e realizada uma análise da espessura dérmica. As ponteiras de 4,5 mm, 3 mm e 1,5 mm foram escolhidas para trabalhar nas regiões de pescoço, terço médio, submento e periocular. A sequência de ponteiras foi sempre da mais profunda para a mais superficial, utilizando movimentos em sentido craniocaudal, e aplicada uma camada fina de gel de contato condutor. A quantidade de disparos por região e ponteira está descrita na Tabela 1.
A análise de estereofotogrametria 3D mostrou uma movimentação tecidual de mais de 1,5 mm em sentido craniolateral, representada pelas setas vermelhas e amarelas no sentido do deslocamento de tecidos. Este grau de movimentação representa um efeito de lifting facial acentuado na paciente (Figuras 1). Adicionalmente, uma perda de volume total foi registrada (-28,04 mL), sendo a região de pescoço a que apresentou uma maior perda volumétrica (Figuras 2).
CASO CLÍNICO 2
Paciente do sexo feminino, com 49 anos de idade, compareceu à consulta para avaliação estética facial. Foram realizados fotografias frontais e de perfil, e um escaneamento utilizando estereofotogrametria 3D (QuantifiCare, LifeViz). Após avaliação, foi escolhido um tratamento com laser de diodo subcutâneo de 1.470 nm para ser realizado.
Após higienização da face, os vetores de ptose facial e locais de rugas foram desenhados para delimitar as regiões de interesse e proteger os locais considerados de risco. De maneira perpendicular aos tecidos, foi realizada anestesia dos pertuitos. A anestesia foi complementada através do pertuito usando uma cânula 22G de 50 mm (Fabinject) e retroinjetando o anestésico em diferentes vetores. Depois, uma fibra com espessura de 400 μm previamente descontaminada foi inserida e conduzida até o fim do trajeto. O aparelho de laser (Deligth, Vydence) foi calibrado no modo contínuo com potência de 2 W e aplicado em movimentos lineares, sendo que o laser é ativado só no momento da retirada da fibra. Uma drenagem pós-tratamento duas vezes por semana durante 30 dias foi sugerida. Analgésicos podem ser administrados, se necessário.
A avaliação volumétrica por estereofotogrametria 3D foi realizada dois e 60 dias pós-tratamento. As Figuras 3 sugerem uma perda de volume na região nasolabial em todas as avaliações pós-tratamento, identificadas com a cor azul.
Flávia Pires Bretas Delaroli
Cirurgiã-dentista; Especialista em Endodontia e em Harmonização Orofacial; Mestranda em Harmonização Orofacial; Speaker – Sinclair Brasil; Professora – Let’s HOF Academy/Instituto Flávia Bretas.
Autores convidados:
Pietra Roschel de Borba
Cirurgiã-dentista – Universidade Santo Amaro; Especialista em Harmonização Orofacial – IOA/ITC; Gerente e professora – Let’s HOF Academy.
Victor Ricardo Muñoz Lora
Cirurgião-dentista – Universidade de San Martin de Porres, Peru; Mestre e doutor em Prótese Dentária – FOP/Unicamp; Doutorado cotutela – Faculdade de Medicina da Universidade de Zagreb, Croácia; Especialista em Prótese Dentária – SLMandic; Professor de pós-graduação – Universidade Guarulhos; Professor – Let’s HOF Academy.