Buscando cada vez mais informações sobre os pacientes, os cirurgiões-dentistas contam com ferramentas específicas para mensurar satisfação, percepção e preferências. Confira mais sobre a psicometria na Odontologia e como utilizá-las a seu favor.
Por muito tempo, a avaliação dos resultados em tratamentos odontológicos era realizada apenas pelo cirurgião-dentista, dada a natureza técnica dos critérios empregados. Na confecção de uma prótese parcial fixa, por exemplo, é impossível que um paciente compreenda a importância do posicionamento das bordas incisais, da quantidade de abertura nas ameias interproximais ou da posição mais estável dos contatos oclusais, uma vez que todo esse tecnicismo soa estranho à pessoa que está sentada na cadeira.
Da mesma forma, em situações em que uma prótese total convencional ou sobre implantes é necessária, os pacientes ficam praticamente perdidos ao serem questionados se “o suporte labial está adequado”, especialmente pela falta de memória visual, sensorial ou da referência dentária outrora existente.
Assim, o resultado do tratamento acabava refletindo o que o cirurgião-dentista julgava procedente, nem sempre compartilhando ou dando chance para que o paciente expressasse suas impressões ou expectativas, mesmo que dentro de limites razoáveis. Além disso, estamos treinados para fornecer tratamentos padronizados, baseados em uma taxa de sobrevivência que, teoricamente, se mantém por anos e com poucas complicações. Mas, quando um dos pacientes “foge” dessa tendência, não há resposta simples.
Existe, também, o risco de nossos pacientes tomarem decisões puramente financeiras, pois levarão tempo para compreender o desempenho dos materiais restauradores ou de cada modalidade de tratamento. É a famosa situação de “aprender com o carro em movimento”, que muitas vezes pesa no bolso (de ambos).
Se, por um lado, precisamos cada vez mais saber o que os pacientes querem antes de podermos tratá-los efetivamente, por outro, precisamos melhorar nossa capacidade de compreender a “evolução emocional” desses tratamentos.
Leia abaixo a íntegra da matéria de capa sobre a psicometria na Odontologia: