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Tecnologias digitais também exigem medidas de controle de infecção. (Imagem: Depositphotos)

Odontologia digital em tempos de pandemia

Odontologia digital: a utilização de tecnologias mais avançadas e já disponíveis poderá aumentar a biossegurança nos consultórios.

O impacto da pandemia de Covid-19 está sendo maior do que esperávamos. Ainda estamos descobrindo, aos poucos, como será o atendimento dos pacientes daqui para frente e, para os protesistas, não é diferente. Como recuperar a confiança dos pacientes sobre segurança do atendimento? Quais mudanças podem ajudar no controle do vírus e como implementá-las frente aos novos desafios financeiros?

O principal entrave para o retorno da rotina do consultório, provavelmente, é o receio do cirurgião-dentista e do paciente de que aerossóis, instrumentos, bancadas e outros itens sejam fontes de contaminação. Dessa forma, semelhante ao que aconteceu com o surgimento do vírus causador da Aids (sigla para acquired immunodeficiency syndrome – síndrome da imunodeficiência adquirida, em português), os cuidados com medidas de biossegurança que possam evitar infecções cruzadas por um vírus ainda mais contagioso, o coronavírus, deverão ser revistos e devem ser evidentes para o paciente.

Para o profissional que atua na área da Prótese Dentária, uma preocupação constante é a manipulação e desinfecção de moldes, bem como o padrão de biossegurança observado no laboratório de prótese com o qual trabalha1. Quais seriam, então, as formas possíveis de se contornar este cenário?

O uso de sistemas de usinagem por CAD/CAM e equipamentos de escaneamento intrabucal pode ser um caminho2. Não só pela rapidez com que é possível fazer restaurações, mas porque diminui os riscos de transmissão ao eliminar passos clínicos – como a obtenção de moldes – e reduz o número de visitas do paciente ao consultório3. Portanto, neste contexto de pandemia, o aumento da automatização contribuirá para a segurança de todos os envolvidos nos procedimentos odontológicos.

Como tecnologias digitais também exigem medidas de controle de infecção, cada fabricante de equipamentos precisa reportar a forma mais eficaz de se fazê-las, seja com o uso de barreiras ou com desinfetantes4. Para sistemas de captura de imagem, vale lembrar que as barreiras não devem ser tão espessas que impeçam a aquisição de detalhes, nem tão finas que se rompam durante o uso5.

Em suma, a utilização de tecnologias mais avançadas e já disponíveis poderá aumentar a biossegurança nos consultórios odontológicos2.

Para que isso se consolide, a própria indústria do setor, que também tem sido economicamente afetada pela pandemia, precisará oferecer alternativas a fim de que os equipamentos se tornem mais acessíveis. Dessa forma, de olho nas novas regulações para o atendimento ao paciente e nas oportunidades de se implementar protocolos que minimizem os riscos de infecção, os clínicos da área de prótese poderão retornar mais confiantes à sua rotina de trabalho.

Referências
1. Majewski M, Koga-Ito CY, Junqueira JC, Jorge AOC. Avaliação das condutas de biossegurança aplicadas em laboratórios de prótese dentária. Revista Biociências 2004;10(3).
2. Barenghi L, Barenghi A, Cadeo C, Di Blasio A. Innovation by computer-aided design/computer-aided manufacturing technology: a look at infection prevention in dental settings. Biomed Res Int 2019.
3. Cawich SO, Tennant IA, McGaw CD, Harding H, Walters CA, Crandon IW. Infection control practice in the operating room: staff adherence to existing policies in a developing country. Perm J 2013;17(3):114-8.
4. Ann-Mare DePalma. CAD/CAM 101: an introduction to Cerec system for dental hygienists, RDH, offers an explanation about Cerec systems for dental hygienists [On-line]. Disponível em <https://www.rdhmag.com/patient-care/article/16409219/cadcam-101-an-introduction-to-cerec-system-for-dentalhygienists>. Acesso em: 2016.
5. Garland KV, Lane CLK. An effective infection control policy for dental technologies will ensure patient and practitioner safety during the provision of care. Decisions in Dentistry 2018;4(10):17-9.