Detalhamos os três tipos diferentes de guia cirúrgico: mucossuportado, dentossuportado e osseossuportado.
Colaboraram:
José Cícero Dinato e Thiago Dinato.
Existem três tipos de guias cirúrgicos. Os guias dentossuportados são indicados para reabilitações unitárias e parciais, que servem tanto nos casos de extração e colocação imediata de implantes, quanto nos implantes tardios.
O segundo tipo, o guia cirúrgico mucossuportado, é indicado no caso de pacientes edêntulos totais ou que possuem poucos dentes remenescentes. Por fim, os guias cirúrgicos osseossuportados são utilizados nos casos de abertura de retalho ou osteostomia.
Os guias dentossuportados são considerados mais precisos do que os mucossuportados que, por sua vez, são mais precisos do que os osseossuportados. A diferença é que os dentossuportados são apoiados em estruturas que oferecem maior estabilidade durante o procedimento, em comparação aos tecidos moles, que podem sofrer alterações de volume entre a moldagem e o momento da cirurgia.
Guia cirúrgico mucossuportado
A sequência de produção do guia cirúrgico mucossuportado depende de uma tomografia realizada com o paciente usando um guia tomográfico ou através da técnica de duplo escaneamento. Na técnica de dupla tomografia, mais utilizada, o primeiro passo é a moldagem da arcada, seguida pela confecção dos modelos, enceramento e produção de um guia tomográfico com resina incolor. O guia precisa estar perfeitamente adaptado e deve ter de cinco a seis marcas de guta-percha, com 1 mm de profundidade, 1,5 mm de diâmetro e de 2 mm a 3 mm de espessura. As flanges e o fundo de sulco do guia tomográfico têm a função de ajudar na estabilização do guia, com três a quatro pinos estabilizadores.
Assim, o cirurgião-dentista deverá solicitar a realização de duas tomografias, sendo que na primeira o paciente usa o guia tomográfico e um registro interoclusal. Na segunda, a tomografia é apenas do guia tomográfico.
O passo seguinte é a digitalização do modelo. Para casos de reabilitação total, não recomendamos scanners intraorais.
Ao final das capturas, o profissional terá dois arquivos no formato DICOM, referente à dupla tomografia, e um arquivo no formato STL, com a informação do escaneamento do modelo.
A partir da sobreposição dos três arquivos, o profissional pode fazer o planejamento virtual, utilizando o software adequado, para determinar a posição dos implantes e possibilitar a impressão do guia cirúrgico. Após a cirurgia, é realizada a reabilitação protética do paciente.
Guia cirúrgico dentossuportado
A sequência de produção do guia cirúrgico dentossuportado é relativamente mais simples do que os demais. Apenas uma tomografia é necessária e não é preciso utilizar guia tomográfico. Também é importante que essa captura seja feita sem contatos interoclusais, para que o profissional possa copiar de forma precisa as bordas incisais dos dentes.
A confecção do modelo pode ser feita em gesso e digitalizado posteriormente com um scanner de mesa ou capturado com um scanner intraoral. Vale lembrar que, quando se pretende produzir uma prótese provisória ou um pilar personalizado, é necessário digitalizar também os antagonistas e o enceramento – se for um caso de poucos elementos reabilitados, pode ser um enceramento digital.
Sobrepondo o arquivo DICOM e STL no software, o profissional poderá fazer o planejamento da cirurgia, partindo para a confecção do guia cirúrgico e, posteriormente, realizar a reabilitação protética.
Guia cirúrgico osseossuportado
O primeiro passo para a confecção de um guia osseossuportado é a realização de uma boa tomografia. Trata-se de um passo importante, pois o arquivo DICOM que resultar dessa captura de imagem será usado para criação do arquivo STL, que não poderá ser gerado pela digitalização do modelo. O guia cirúrgico será desenhado sobre essa imagem. Outra possibilidade é a união do arquivo DICOM com um arquivo STL (ou PLY) do escaneamento intraoral.
Nesses casos, é possível selecionar a área de apoio ósseo e de apoio sobre mucosa ou dente do guia cirúrgico. Nos casos em que o apoio é em tecido ósseo apenas ou em conjunto com a mucosa, é necessária a utilização dos pinos de fixação para a estabilização do guia no momento da sequência de instalação do implante, como nos guias mucossuportados. Quando o guia é apoiado em dentes e em tecido ósseo, dependendo do apoio dentário, pode não ser necessária a utilização dos pinos de fixação.