Diego Klee mostra que o implante imediato em alvéolo fresco, aliado a técnicas de preservação óssea, pode oferecer uma maior quantidade de volume tecidual.
A compreensão dos processos biológicos que levam a alterações dimensionais de ossos e tecidos moles após a extração dentária, reconhecendo os possíveis fatores que influenciam a preservação tecidual, pode facilitar a obtenção de resultados estéticos favoráveis em Implantodontia.
A colocação imediata do implante em sítios de extração frescos, juntamente com técnicas de preservação óssea, parece ser capaz de preservar uma maior quantidade de volume tecidual. A seleção adequada do implante, bem como seu correto posicionamento tridimensional, são relevantes fatores para o sucesso.
Implantes cônicos, com plataforma estreita e do tipo cone-morse (cone/cone), posicionados mais para a palatal/lingual, com a projeção de seu longo eixo na região do cíngulo dental e com a posição vertical da plataforma em torno de 2 mm abaixo da crista óssea vestibular, conduzem a resultados previsíveis. O diâmetro do implante, associado ao seu correto posicionamento, irá permitir o espaço apropriado entre a tábua óssea vestibular e a superfície do mesmo (em torno de 2 mm) para a regeneração com substitutos ósseos aloplásticos ou xenógenos.
Os implantes que atingirem um torque de inserção ≥ 32 Ncm podem ser imediatamente carregados com coroas unitárias de transição não oclusivas. Abaixo deste torque, procede-se com a etapa cirúrgica da mesma maneira anteriormente descrita. Porém, em vez de uma coroa de transição, instala-se um cicatrizador personalizado contendo um perfil transmucoso com as mesmas características de uma coroa provisória. Estes procedimentos, associados a uma cirurgia mucogengival (enxerto conjuntivo subepitelial), principalmente em pacientes com biotipo tecidual desfavorável (fino), compensariam possíveis reabsorções ósseas horizontais da face vestibular após o implante imediato em cavidades de extração frescas.
Em resumo, o conhecimento dos eventos biológicos que causam alterações dimensionais dos tecidos após a extração deve ser integrado ao plano de tratamento, a fim de limitar perdas e maximizar resultados estéticos. A colocação imediata do implante não impede a reabsorção da crista óssea bucal após a extração dentária. Técnicas de preservação tecidual minimizam essa reabsorção.
Diego Klee
Professor associado da disciplina de Prótese Parcial – UFSC; Doutor em Odontologia Restauradora e Prótese Dentária – Unesp/SJC.
Orcid: 0000-0002-6927-331X.