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Fresagem ou impressão 3D: qual será o futuro da Odontologia?

Diferentes práticas contêm diferentes benefícios e dificuldades próprias. Luis Calicchio faz um balanço sobre as duas abordagens: fresagem ou impressão 3D?

O proeminente avanço da tecnologia nos últimos anos tem nos incentivado a repensar o futuro da prática odontológica em diversos aspectos. Uma das discussões em aberto tem a ver com o método produtivo que será predominante nas diferentes demandas da reabilitação oral.

Atualmente, quando falamos em workflow digital, o processo começa necessariamente com a aquisição das imagens via scanner intraoral ou uma moldagem convencional, posteriormente convertida em arquivo digital. Deste ponto em diante, o fluxo do processo produtivo pode seguir por dois caminhos distintos, basicamente:

Design 3D + fresagem

Neste fluxo de trabalho (veja abaixo), após a finalização do design 3D, um bloco de cerâmica, resina ou cera é levado para a fresadora. Ela é a responsável pela usinagem da peça por meio da redução/ desgaste do bloco, até que ele atinja a forma tridimensional definida no software de desenho. Neste fluxo, portanto, ocorre um desperdício significativo de material a partir de todas as sobras que foram removidas da peça principal.

Design 3D + impressão 3D

Neste fluxo de trabalho (veja logo abaixo), após a finalização do design 3D, este arquivo é enviado para a impressora para que o produto seja construído por camadas. Basicamente, a impressora possui um reservatório em que o material é armazenado e a mesa de impressão fará movimentos de sobe e desce até tocar o material líquido que está no reservatório. No momento que a mesa toca o material líquido, esta camada será polimerizada, assim a construção do objeto final vai acontecendo progressivamente. Após a finalização, o objeto passa por um processo de limpeza e cura final. É um processo aditivo, minimizando a perda excessiva de material.

Refletindo

Sem dúvida alguma, ao analisarmos os fluxos de trabalho, a impressão 3D é a que melhor se encaixa ao futuro, uma vez que possibilitará uma mudança radical na forma como praticamos Odontologia. Alguns pontos importantes indicam que a impressão 3D pode ser game changer:

1. Prática de uma Odontologia cada vez mais conservadora. Ao invés de reduzirmos a estrutura dental para poder construir as restaurações com espessuras seguras, devido ao processo de usinagem, poderemos pensar na construção das restaurações em finas camadas de impressão e conseguir preservar ao máximo a estrutura dental do paciente.

2. Fator econômico, pelo fato da impressão 3D minimizar o desperdício de material.

3. Possibilidade de se construir restaurações cada vez mais personalizadas. Imagine se pudéssemos imprimir um laminado cerâmico ou de resina com cores específicas na região cervical, corpo e detalhes incisais. Tudo isso feito de maneira precisa e específica para cada caso.

4. Mudança radical nas habilidades clínicas e laboratoriais que os profissionais de um futuro próximo precisarão desenvolver. Será mesmo que a técnica de micropigmentação das restaurações ainda será uma habilidade essencial do técnico? Ou o domínio de estratificação direta de resina por parte do cirurgião-dentista será necessário?

5. Modelo de negócio dos laboratórios e clínicas: poderemos ter centros de impressão 3D em locais específicos, facilitando o transporte final dos produtos para dentro das clínicas e laboratórios.

6. A partir dessa mudança, torna-se cada vez mais próximo o dia em que faremos a impressão de implantes personalizados para as necessidades ósseas e gengivais de cada paciente. Vale lembrar que isso já acontece em diversas soluções para cirurgias ortognáticas, que são desenvolvidas através da impressão 3D de maneira personalizada ao paciente.

Entre tantas reflexões, nossa pergunta principal continua sem resposta: qual será o futuro da Odontologia? As novidades estão chegando em uma velocidade alucinante. Devemos acompanhar de perto e encontrar o nosso espaço nesse novo mundo.

Faça parte desta revolução, não seja apenas um coadjuvante!