Desde que se tornou uma especialidade da Odontologia, a HOF passou a integrar os procedimentos para completar o tratamento e garantir a satisfação do paciente. 

A Harmonização Orofacial tem contribuído para a melhora da estética do sorriso de uma maneira muito efetiva nos últimos anos. A partir do momento que os profissionais da Odontologia ingressaram nesta área, muitos problemas estéticos da face, que tinham ampla relação com o sorriso e influenciavam no resultado de nossas reabilitações, foram solucionados através das variadas técnicas de harmonização orofacial.

Na Implantodontia, um dos problemas mais frequentes que enfrentamos é o sorriso alto dos pacientes que deixam transparecer a linha de transição entre a prótese e a gengiva natural. Esta situação pode ocorrer quando estamos realizando uma reabilitação sobre implantes ou quando tratamos uma peri-implantite, que acaba por gerar uma recessão tecidual indesejável após um tratamento cirúrgico.

O caso clínico que escolhemos para ilustrar o uso dos recursos oferecidos pela Harmonização Orofacial na Implantodontia envolveu uma paciente com 65 anos de idade que havia sido tratada cirurgicamente de uma peri-implantite no elemento 22. Após este tratamento cirúrgico que envolveu a abertura de um retalho, descontaminação dos implantes e um enxerto de tecido conjuntivo, houve a estabilização do processo de perda óssea peri-implantar e o desaparecimento dos sintomas da inflamação no local. Entretanto, mesmo com o enxerto de tecido conjuntivo, houve uma sequela estética desagradável devido ao sorriso alto da paciente.

Para resolver esta situação, evitando que a paciente sofresse mais algumas intervenções cirúrgicas, optou-se pela técnica de preenchimento labial com ácido hialurônico. Como o objetivo era tornar a linha do sorriso mais baixa, foi feito o preenchimento do filtro labial como forma de criar uma resistência para que o lábio não se elevasse muito durante o sorriso, evitando mostrar sinais do tratamento da peri-implantite. Também foi realizada a volumização da vermelhidão do lábio, a fim de que houvesse a diminuição da exposição dentária ao sorrir.

Outra terapia possível neste caso seria o tratamento com a toxina botulínica, que também é bastante utilizada nestas situações. Entretanto, as exigências estéticas da paciente e a análise facial da mesma requisitavam um resultado mais natural. Desta forma, a opção pela aplicação do ácido hialurônico proporcionou um resultado mais satisfatório conforme as expectativas e anseios da paciente.

É importante salientar que são necessárias consultas semestrais de reavaliação para que o resultado satisfatório do tratamento seja mantido. Vale lembrar que o material utilizado no preenchimento labial é lentamente reabsorvido e, como consequência, a linha de transição entre prótese e gengiva volta a aparecer. Quando isso ocorrer, será necessária uma nova intervenção para a boa manutenção dos resultados estéticos no logo prazo.

As alterações peri-implantares que ocorrem ao longo dos anos em pacientes portadores de reabilitações implantossuportadas podem gerar efeitos indesejáveis do ponto de vista estético. Muitas vezes, é possível impedir as perdas ósseas progressivas ao redor dos implantes, bem como interromper o processo inflamatório peri-implantar nos tecidos moles. Porém, as sequelas estéticas ainda são difíceis de serem eliminadas, mesmo com sucessivas cirurgias de manipulação dos tecidos moles.

As técnicas de harmonização orofacial, como o preenchimento labial com ácido hialurônico, podem minimizar os efeitos antiestéticos que ocorrem principalmente em pacientes que foram reabilitados com implantes dentários na região anterior superior – ou com peri-implantite. Esta terapia obtém uma resposta muito positiva dos pacientes, evitando que os mesmos tenham que se submeter a vários outros procedimentos cirúrgicos intraorais de enxertos de tecidos moles, que muitas vezes não conseguem amenizar os defeitos proporcionados por complicações nos implantes dentários.