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Implantodontia e Ortodontia estética e digital integradas por softwares

A tecnologia vem servindo de suporte para o desenvolvimento da Odontologia. Neste artigo, José Cícero e Thiago Dinato contam mais sobre a sua aplicabilidade clínica. 

Sabemos que a busca pela estética faz parte, com maior ou menor intensidade e com maior ou menor evidência, de todas as especialidades da Odontologia, seja nas cirurgias ortognáticas, na Ortodontia, buscando o alinhamento e harmonia perfeita dos dentes, nas reabilitações cerâmicas sobre dentes ou implantes, nas restaurações diretas ou no clareamento dental. Não há como dissociarmos a questão estética dos nossos objetivos finais, junto de uma boa função e, é claro, da preservação da saúde geral de nossos clientes, alinhando da melhor forma possível expectativas, possibilidades clínicas, tecnológicas, práticas e humanas envolvidas na relação entre o cirurgião-dentista e seu paciente.

Neste sentido, a possibilidade de integrar diferentes especialidades e etapas de um tratamento favorece o planejamento e a execução de uma reabilitação, garantindo maior previsibilidade, controle e melhores resultados. Nas últimas décadas, sugiram as clínicas odontológicas que têm como proposta a união de diversos especialistas planejando e trabalhando no mesmo local, em estreita colaboração. Essa associação de especialidades tem facilitado a comunicação entre os profissionais, maximizado o conforto e a satisfação para os pacientes, e diminuído o tempo do tratamento.

A simulação tridimensional interdisciplinar permite aos clínicos que visualizem como cada procedimento odontológico influencia os tratamentos posteriores¹ . Com essa abordagem de planejamento, a previsibilidade de diferentes procedimentos em Odontologia restauradora, Ortodontia, Implantodontia, Cirurgia periodontal e Cirurgia bucomaxilofacial é aprimorada.

O alto índice de sucesso e previsibilidade dos implantes osseointegrados tem ampliado a sua utilização nas mais diversas situações clínicas, inclusive na reabilitação unitária na zona estética. Reabilitar a perda ou ausência dos dentes anteriores e, principalmente, de um incisivo central talvez seja o maior desafio da Implantodontia, potencializado pelas crescentes expectativas e exigências dos pacientes.

Autores² listaram as oito etapas críticas para a instalação de implante imediato com previsibilidade: restauração provisória do dente a ser extraído e fase pré-cirúrgica; exodontia atraumática; osteotomia inicial do implante; enxerto ósseo tridimensional; instalação do implante guiado; pilar personalizado; ajuste do provisório; e enxerto de tecido conjuntivo circular da tuberosidade.

Um estudo in vitro³ mostrou que a margem dos pilares personalizados deve estar localizada o mais coronalmente possível para minimizar a quantidade de restos de cimento, não sendo recomendado colocar a margem mais profunda do que 1,5 mm nas regiões proximal e vestibular. Isso justifica a utilização dos pilares personalizados, sendo a primeira opção a utilização de um pilar base de titânio com um link em zircônia cimentado sobre ele.

A melhor retenção da zircônia sobre o pilar é através da utilização de um cimento resinoso com o jateamento da superfície do pilar, sendo que a posterior esterilização aumentou levemente a retenção da zircônia quando não foi realizado o jateamento4 . Um estudo5 mostrou ainda a importância do contorno subcrítico e crítico do pilar personalizado, sendo o subcrítico o mais côncavo possível e o crítico 0,5 a 1 mm menor do que o dente natural na vestibular e igual nas proximais e palatina.

O desafio das reabilitações sobre implantes na zona estética envolve múltiplos fatores e dois deles merecem adequada atenção: primeiro, a dependência do biotipo periodontal do paciente; segundo, relacionado ao posicionamento e características do implante. Ambos devem ser muito bem avaliados e definidos através de um minucioso exame clínico e pelos recursos por imagem, sendo as fotografias recomendadas para a correta medição do dente a ser reabilitado e sua comparação com o dente vizinho6.

A qualidade e definição das imagens obtidas pelos tomógrafos e scanners vêm sendo aprimoradas a cada dia, assim como os softwares de planejamento virtual. A comunicação entre esses arquivos digitais (DICOM, STL e PLY) através dos softwares tem permitido desde o planejamento do sorriso do paciente, posição do implante, confecção de pilares e temporários personalizados antes da cirurgia, e até mesmo a visualização virtual da correção facial e ortodôntica dos dentes através de animações.

A aplicação de técnicas totalmente digitais para o tratamento com implantes na zona estética permite a fabricação de uma restauração definitiva previsível e reduz o tempo clínico e o número de procedimentos laboratoriais7. 

A seguir, acompanhe a sequência clínica e os recursos por imagem utilizados na reabilitação da perda de um incisivo central superior, envolvendo a integração de diversas especialidades (Implantodontia, Ortodontia e Prótese Dentária).

Referências 

1. Coachman C, Blatz MB, Bohner L, Sesma N. Dental software classification and dento-facial interdisciplinary planning platform. J Esthet Restor Dent 2021;33(1):99-106.

2. Gamborena I, Sasaki Y, Blatz MB. Predictable immediate implant placement and restoration in the esthetic zone. J Esthet Restor Dent 2021;33(1):158-72.

3. Gehrke P, Bleuel K, Fischer C, Sader R. Influence of margin location and luting material on the amount of undetected cement excess on CAD/CAM implant abutments and cement-retained zirconia crowns: an in-vitro study. BMC Oral Health 2019;19(1):111.

4. Bergamo ETP, Zahoui A, Ikejiri LLA, Marun M, da Silva KP, Coelho PG et al. Retention of zirconia crowns to Ti-base abutments: effect of luting protocol, abutment treatment and autoclave sterilization. J Prosthodont Res 2021;65(2):171-5.

5. González-Martín O, Lee E, Weisgold A, Veltri M, Su H. Contour management of implant restorations for optimal emergence profiles: guidelines for immediate and delayed provisional restorations. Int J Periodontics Restorative Dent 2020;40(1):61-70.

6. Wang Y, Song Y, Zhong Q, Xu C. Evaluation of influence factors on the width, length, and width to length ratio of the maxillary central incisor: a systematic review and meta-analysis. J Esthet Restor Dent 2021;33(2):351-63.

7. Monaco C, Scheda L, Baldissara P, Zucchelli G. Implant digital impression in the esthetic area. J Prosthodont 2019;28(5):536-40.