You are currently viewing Enxerto ósseo equino em bloco como alternativa em reconstruções ósseas horizontais

Enxerto ósseo equino em bloco como alternativa em reconstruções ósseas horizontais

Grupo de pesquisadores da Faculdade São Leopoldo Mandic realizou um estudo com uso de enxerto ósseo em bloco.

Os aumentos ósseos horizontais são rotineiramente necessários para possibilitar a instalação de implantes em sítios atróficos. Para este propósito, blocos de osso autógeno vêm sendo utilizados rotineiramente. No entanto, apesar de ser considerado o padrão-ouro biológico, o enxerto autógeno repercute em níveis significativos de morbidade pós-operatória, além de ter disponibilidade limitada em fonte doadora intraoral. Com isso, muitos substitutos ósseos, especialmente os xenógenos (de origem animal), vêm sendo testados para este propósito. No entanto, o uso dos biomateriais liofilizados não colagênicos enfrenta a problemática da fragilidade e dificuldade de manuseio, o que repercute em altos índices de fratura dos blocos.

Com o intuito de sobrepujar esses desafios, foram recentemente desenvolvidos enxertos em bloco colagênicos de origem equina, capazes de serem parafusados no leito receptor com adequada resistência mecânica. No entanto, estudos clínicos comparativos entre o uso de enxertos autógenos em bloco versus enxertos equinos colagênicos em bloco, para aumento ósseo horizontal, eram extremamente escassos na literatura.

Com isso, um grupo de pesquisadores da Faculdade São Leopoldo Mandic realizou um estudo, com desenho do tipo split-mouth em maxila anterior, em que um dos lados foi enxertado com osso autógeno proveniente do mento e o outro lado com biomaterial equino (Geistlich Bio-Graft, Geistlich Pharma AG – Wolhusen, Suíça). Este trabalho foi tema da dissertação de mestrado da cirurgiã-dentista Evelyn Marques, orientada pelo Prof. Dr. André A. Pelegrine, e recentemente publicado no Journal of Oral Implantology. As Figuras 1 ilustram o passo a passo cirúrgico adotado na pesquisa, que teve follow-up de um ano.

Figuras 1 – A. Atrofia óssea em maxila anterior. B. Blocos ósseos parafusados no leito receptor (lado direito autógeno e lado esquerdo equino). C. Osso particulado posicionado ao redor dos blocos (lado direito autógeno e lado esquerdo equino). D. Membrana colágena bilaminar recobrindo a região enxertada. E. Reabertura após seis meses. F. Implantes instalados.


As análises clínica, tomográfica e histomorfométrica demonstraram resultados favoráveis com os dois materiais de enxertia, possibilitando a instalação de implantes e próteses fixas implantossuportadas em todos os pacientes. No entanto, apesar do enxerto equino ter proporcionado maiores níveis de aumento horizontal (cerca de 1 mm a mais), o osso autógeno culminou em maiores níveis de densidade óssea e de tecido mineralizado (Figuras 2).

Figuras 2 – A. Imagem histológica de sítio enxertado com osso autógeno (HE-100x). B. Imagem histológica de sítio enxertado com osso equino (HE-100x).
*osso neoformado; #remanescente de biomaterial xenógeno.

Veja o artigo publicado acessando o QR Code
Marques E, Mazzucchelli Cosmo LA, Teixeira ML, Macedo LGS, Aloíse AC, Pelegrine AA. Horizontal bone augmentation with autogenous and collagenated xenogeneic bone blocks: a split-mouth prospective clinical, tomographic and histological pilot study. J Oral Implantol 2023 Feb 16 (DOI: 10.1563/aaid-joi-D-22-00115). Online ahead of print.