‘Esse caso eu trato assim”: Danilo Ciotti mostra a resolução de um incisivo central fraturado, com tratamento endodôntico e núcleo metálico fundido.
A fratura de dentes com tratamento endodôntico e presença de núcleos metálicos fundidos ocorre com uma frequência alta, principalmente quando regras na confecção desses núcleos não são seguidas. Esse relato de caso mostra a resolução de um incisivo central fraturado, com tratamento endodôntico e núcleo metálico fundido.
Uma paciente com 47 anos de idade notou mobilidade acentuada do dente após sentir um “estalo”, que formou um abscesso na região vestibular após alguns dias. No primeiro atendimento, foi realizada uma tentativa de ferulização do dente fraturado e encaminhamento para a confecção de imagem tomográfica para um correto diagnóstico, além da prescrição de antibiótico (Figuras 1 e 2). Após análise clínica e tomográfica, ficou constatada a fratura e propostas à paciente a extração do elemento dental fraturado e a instalação de implante imediato e coroa provisória imediata, sem carga imediata.
A extração foi feita com a técnica atraumática (Figuras 3 e 4), preservando os tecidos duros e moles remanescentes, inspeção e curetagem cuidadosa do alvéolo. Como diagnosticado na imagem tomográfica, havia a presença de um defeito ósseo que deveria ser preenchido com biomaterial associado ao uso de membrana de colágeno, além do aumento de volume local com a confecção de enxerto de tecido conjuntivo sobre o conjunto osso/ membrana (Figura 5).
Para a correta visualização e acesso, a opção foi por uma incisão em base de papila, preservando a crista óssea interproximal, e incisão vertical relaxante. Após essa manobra, foi instalado o implante na correta posição tridimensional (Figura 6), com estabilidade inicial em torno de 45 Ncm. A própria coroa protética da paciente foi usada como provisório imediato, após o preparo do pilar provisório de titânio (Figuras 7 a 9).
O enxerto de tecido conjuntivo foi obtido da região palatina e fixado no retalho vestibular (Figura 10), seguido do preenchimento ósseo do defeito e cobertura do enxerto com membrana de colágeno (Figura 11). Todo o conjunto foi estabilizado com suturas, com fechamento primário de todas as bordas e estabilização do enxerto de tecido mole e enxerto ósseo/membrana. Novamente, a oclusão foi checada para que não houvesse contatos oclusais sobre o implante, e o torque provisório de 15 Ncm foi aplicado (Figura 12).
Após três semanas, foi possível observar o reparo satisfatório local, com um ótimo volume tecidual e estabilidade de margem (Figura 13). Após três meses, foi iniciada a substituição da coroa provisória pela coroa duradoura, com personalização do transferente de moldagem, moldagem com silicone de adição, tomada do registro, arco antagonista e envio para o laboratório de prótese (Figuras 14 a 24). Cerca de 15 dias depois, foi instalada a coroa duradoura, mimetizando as coroas já presentes e obtendo a estética satisfatória para a referida paciente (Figuras 25 e 26).
Danilo Lazzari Ciotti
Doutor em Clínica Odontológica (área de concentração em Prótese Dentária) e mestre em Clínica Odontológica (área de concentração em Periodontia) – FOP-Unicamp; Especialista em Periodontia – EAP/APCD; Coordenador dos cursos de mestrado e especialização em Periodontia – SLMandic.