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Navegação cirúrgica: um novo patamar para a cirurgia guiada em Implantodontia

A navegação cirúrgica refere-se ao uso de tecnologias de rastreamento, como câmeras ópticas ou sensores, para rastrear a posição dos instrumentos cirúrgicos.

A Odontologia digital tem nos apresentado avanços reais em relação ao plano de tratamento, execução de procedimentos cirúrgicos e reabilitações protéticas com diferentes graus de complexidade, sobretudo no aumento da previsibilidade dos tratamentos a serem executados. Um dos avanços que tem merecido maior destaque é a navegação cirúrgica, tema frequente nos principais congressos nacionais e internacionais, e já disponível também no Brasil.

Apesar dos termos “cirurgia guiada” e “cirurgia navegada” serem frequentemente usados de forma intercambiável, eles se referem a conceitos diferentes. A cirurgia guiada é um termo mais amplo, que se refere a qualquer procedimento cirúrgico em que um guia ou template é utilizado para auxiliar na colocação precisa de implantes dentários, enquanto a cirurgia navegada é um tipo específico de cirurgia guiada que envolve o uso de um sistema de navegação cirúrgica.

Nesse caso, a navegação cirúrgica refere-se ao uso de tecnologias de rastreamento, como câmeras ópticas ou sensores, para rastrear a posição dos instrumentos cirúrgicos em relação às estruturas anatômicas do paciente em tempo real, e estas informações são exibidas em um monitor ou dispositivo visual para orientar o cirurgião durante o procedimento.

Atualmente, existem no mercado diversos sistemas de navegação cirúrgica segmentados por tecnologia (sistemas de navegação eletromagnética, sistemas de navegação híbrida, sistemas de navegação óptica, sistemas de navegação baseados em fluoroscopia, sistemas de navegação baseados em tomografia computadorizada e outras tecnologias), aplicação (Neurocirurgia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Cardiologia e Odontologia, entre outras áreas) e usuário final (hospitais, configurações ambulatoriais e outros usuários finais).

O processo de navegação cirúrgica começa com a aquisição de imagens detalhadas do paciente, geralmente por meio de tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM). Essas imagens são carregadas em um sistema de computador especializado que as processa e as transforma em um modelo tridimensional do paciente.

Durante a cirurgia, o profissional utiliza instrumentos especiais e sensores de rastreamento, como câmeras infravermelhas ou eletromagnéticas, que estão conectados ao sistema de computador. Esses sensores rastreiam continuamente a posição dos instrumentos e a relação entre eles, e as estruturas anatômicas do paciente em tempo real. O sistema de navegação cirúrgica compara as informações do modelo tridimensional com a posição atual dos instrumentos cirúrgicos, fornecendo feedback visual e/ou auditivo para guiar o cirurgião durante o procedimento. Isso permite que ele visualize com precisão a localização exata dos instrumentos em relação às estruturas anatômicas e faça ajustes conforme necessário.

Não há dúvidas quanto aos benefícios da navegação cirúrgica, que incluem uma maior precisão, menor risco de danos a estruturas vitais, incisões menores, tempo reduzido de cirurgia e recuperação mais rápida para o paciente. Além disso, ela pode ajudar os cirurgiões a planejarem melhor o procedimento, identificando áreas problemáticas com antecedência e evitando complicações durante a cirurgia. No entanto, é importante notar que a navegação cirúrgica é uma ferramenta complementar à habilidade e experiência do cirurgião, e o sistema de navegação não substitui a expertise do profissional, mas sim a aprimora, fornecendo informações adicionais e orientação durante a cirurgia.

Cada vez mais, a navegação cirúrgica em Odontologia tem o potencial de melhorar a precisão e os resultados dos procedimentos, reduzindo riscos e complicações para os pacientes. No entanto, esta tecnologia em constante evolução demanda profissionais devidamente treinados, sendo que a acurácia final de resultados depende da precisão do sistema de navegação cirúrgica, da qualidade das imagens adquiridas, limitações anatômicas e curva de aprendizado profissional.