Mandic News: o guia cirúrgico periodontal tem ganhado destaque no planejamento e execução de determinados casos clínicos. 

A Odontologia Digital envolve uma série de ferramentas, como fotografias, tomografias e escaneamentos, que permitem a captura de dados do paciente e o envio para o ambiente virtual. Nesse ambiente virtual, softwares específicos propiciam análises, mensurações e desenhos que posteriormente podem ser transformados em aparelhos, guias, restaurações, entre muitos outros objetos úteis e importantes – desde o planejamento até a execução dos mais diferentes tipos de tratamentos odontológicos.

Inicialmente, esse fluxo foi incorporado na Odontologia Restauradora, Prótese Dentária, Implantodontia, Cirurgia Bucomaxilofacial, Ortodontia e, mais recentemente, tem encontrado novos caminhos na Endodontia, Pediatria e Periodontia.

Na Periodontia, tem se destacado o planejamento de cirurgias estéticas periodontais em softwares de planejamento de implantes, seguido da confecção de guias impressos para orientação de incisões e osteotomias durante a execução cirúrgica. Esse protocolo de trabalho requer a sobreposição das imagens obtidas pelo escaneamento do arco dentário e a imagem obtida pela tomografia computadorizada por feixe cônico. Esse procedimento é importante porque possibilita o posicionamento da margem gengival obtida pelo escaneamento em relação à estrutura óssea e às raízes dentárias, obtido pela tomografia. Por se tratar de um planejamento minucioso, 1 mm pode fazer toda a diferença no sucesso ou insucesso desse procedimento (Figura 1).

Alguns estudos apontam que a acurácia do escaneamento intraoral pode ser interferida pelo equipamento e software de processamento das imagens, mas principalmente pelo manuseio do operador. Não há consenso sobre a melhor técnica de escaneamento intraoral, e as possibilidades são muito distintas para cada fabricante.

Durante o curso de mestrado em Periodontia, coordenado pelo Prof. Danilo Lazari Ciotti, na Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic de Campinas, a mestranda Jéssica Nespolo Martins realizou um trabalho de dissertação com o objetivo de avaliar se a sondagem realizada digitalmente pela sobreposição de arquivos (formato STL) obtidos pelo escaneamento intraoral, com o scanner Trios (3Shape – Copenhague, Dinamarca) e a imagem tomográfica (formato DICOM), poderia ser alterada com duas técnicas de escaneamento diferentes, quando comparadas à técnica de sondagem clínica convencional.

Os resultados demonstraram que a técnica de escaneamento utilizada não interferiu significativamente na sobreposição a ponto de prejudicar a sondagem realizada digitalmente, o que realça a segurança da possibilidade do uso desse recurso no planejamento de cirurgias periodontais.

A correta sobreposição do arquivo escaneado (STL) com a tomografia (DICOM) é base para as etapas seguintes que envolvem desenho em CAD e impressão dos guias de acrílico (Figuras 2).