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Aumento horizontal do rebordo utilizando a Sausage Technique

Sausage Technique: Sérgio Scombatti e Fábio Mizutani apresentam caso clínico de aumento ósseo horizontal com o uso de membrana de colágeno nativo de pericárdio bovino.

A largura de rebordo alveolar horizontal é essencial para atender às demandas funcionais e estéticas de um implante e sua reabilitação protética. Em função de processos de remodelação óssea pós-extração, em alguns casos não é possível instalar o implante em sua posição ótima1 . Nessas situações, a regeneração óssea guiada deve ser considerada com a finalidade de aumentar a disponibilidade óssea, promovendo um leito adequado para a instalação do implante e da prótese. Dentre as técnicas disponíveis, Istvan Urban apresentou a Sausage Technique ao imobilizar a membrana de colágeno com pinos de titânio, empurrando o material de enxerto ósseo na direção crestal, criando um efeito de uma consistência firme e bem estabilizada2.

O criador da técnica sugeriu o uso de uma membrana de colágeno nativo com alta capacidade de se alongar, estabelecendo uma tensão sobre o enxerto, produzindo assim sua máxima estabilização no leito cirúrgico. Essa elasticidade permite que o cirurgião crie uma área de aumento mecanicamente estável, garantindo imobilização adequada para a neovascularização e neoformação óssea3 . A membrana protege o enxerto de forma eficaz, promovendo isolamento da área enxertada contra a invasão de células indesejáveis de alto índice mitótico, e ainda evitando o deslocamento mecânico. Em adição, as membranas nativas apresentam menor risco de deiscências durante a cicatrização, em comparação com outras barreiras4.

A tônica da Sausage Technique reside em evitar o micromovimento do enxerto ósseo. Percebe-se que a estabilidade adequada e estresse mínimo são necessários para permitir a neoformação óssea, pois a formação da nova rede vascular é altamente sensível às condições mecânicas. Em adição, é imperativo atentar para quatro princípios propostos por Wang et al., que são conhecidos pelo acrônimo “PASS”: fechamento primário, angiogênese, manutenção do espaço e estabilidade da ferida cirúrgica5.

Resumidamente, deve-se preparar um bom retalho, amplo e flexível, para a promoção de um fechamento primário, livre de tensões. Deve-se promover o estímulo de sangramento através de descortificação óssea, para a promoção de neovascularização da área enxertada. Deve-se posicionar o material de enxertia bem adaptado no leito cirúrgico e estabilizar todo o conteúdo com membrana de colágeno nativo bem tensionada, utilizando pinos, tachinhas ou microparafusos. Mais material pode ser adicionado pelas aberturas laterais, antes de serem fechadas com os mesmos artefatos. Por último, deve-se criar um ambiente livre de interferências cicatriciais, mantendo a área capaz de reparar adequadamente.

Para os procedimentos de aumento ósseo horizontal, essa técnica criou uma nova perspectiva para os contratempos encontrados nas complicações das cirurgias trazidas pelas exposições precoces das barreiras não absorvíveis. De fácil manipulação e aceitáveis pelos tecidos gengivais, o uso de membranas absorvíveis no defeito, juntamente com enxertos ósseos, ganhou um espaço considerável na preferência dos clínicos cirurgiões6. As Figuras 1 a 8 ilustram um caso clínico de aumento ósseo horizontal com o uso de membrana de colágeno nativo de pericárdio bovino pela Sausage Technique, realizado por Fábio Shiniti Mizutani.

Referências

  1. Atef M, Tarek A, Shaheen M, Alarawi RM, Askar N. Horizontal ridge augmentation using native collagen membrane vs titanium mesh in atrophic maxillary ridges: randomized clinical trial. Clin Implant Dent Relat Res 2020;22(2):156-66.
    https://doi.org/10.1111/cid.12892
  1. Sánchez-Sánchez J, Pickert FN, Sánchez-Labrador L, Gf Tresguerres F, Martínez-González JM, Meniz-García C. Horizontal ridge augmentation: a comparison between khoury and urban technique. Biology (Basel) 2021;10(8):749.
    https://doi.org/10.3390/biology10080749
  1. Jepsen S, Schwarz F, Cordaro L, Derks J, Hämmerle CHF, Heitz-Mayfield LJ et al. Regeneration of alveolar ridge defects. Consensus report of group 4 of the 15th European Workshop on Periodontology on Bone Regeneration. J Clin Periodontol 2019;46(suppl.21):277-86.
    https://doi.org/10.1111/jcpe.13121
  1. Urban IA, Monje A. Guided bone regeneration in alveolar bone reconstruction. Oral Maxillofac Surg Clin North Am 2019;31(2):331-8.
    https://doi.org/10.1016/j.coms.2019.01.003
  1. Cucchi A, Chierico A, Fontana F, Mazzocco F, Cinquegrana C, Belleggia F et al. Statements and recommendations for guided bone regeneration: consensus report of the Guided Bone Regeneration Symposium Held in Bologna. October 15 to 16, 2016. Implant Dent 2019;28(4):388-99.
    https://doi.org/10.1097/id.0000000000000909
  1. Mizutani FS, Ciotti DL, Reino DM, Faveri M. O uso de membrana de colágeno de pericárdio bovino na regeneração óssea: características e relato de caso. Full Dent Sci 2021;12(46).
    https://doi.org/10.24077/2021;1246-IT3243