Tese analisou a utilização de jatos de plasmas para a eliminação de microrganismos na boca e recebeu o Grande Prêmio Unesp de Teses 2020.
O Programa de Pós-graduação em Física da Unesp premiou um trabalho inovador com aplicação na Odontologia. A tese que tratou sobre a utilização de jatos de plasmas para a eliminação de microrganismos na boca recebeu o Grande Prêmio Unesp de Teses 2020. “Acredito que é um passo importante para a divulgação e incentivo da pesquisa de plasmas não térmicos no Brasil”, disse a doutora em Física, Thalita Mayumi Castaldelli Nishime, autora do estudo e ganhadora do prêmio.
O plasma frio já vem sendo utilizado na Odontologia há alguns anos, mas ainda é uma tecnologia em fase de disseminação e desenvolvimento. O plasma é conhecido como o quarto estado físico da matéria (depois de sólidos, líquidos e gases). Trata-se de uma “mistura gasosa” de íons, prótons, nêutrons, elétrons livres e fótons energéticos eletricamente neutros, mas as espécies ativas do plasma podem modificar a superfície de materiais ou de células vivas. Em laboratório, é possível gerar plasma de baixa temperatura, com aplicação em áreas de tratamento de materiais, esterilização de superfícies e tratamento de feridas crônicas.
O protótipo desenvolvido por Thalita permite que a pluma de plasma seja formada longe do eletrodo de alta tensão, tornando sua aplicação mais segura e flexível. Testes laboratoriais mostraram a eficiência do plasma na esterilização de microrganismos que causam infecções bucais. Esse protótipo gerou uma patente em 2016.
Houve ainda um segundo dispositivo de jato de plasma endoscópico. Thalita conseguiu miniaturizar um jato de plasma para ser colocado dentro de um endoscópio, para avaliações do esôfago, estômago e intestino, gravação em vídeo do exame, além da realização de biopsias. “Esperamos avançar ainda mais com a pesquisa para construirmos um protótipo nacional do equipamento que possa ser distribuído à rede pública de saúde para tratamentos médicos e odontológicos”.