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10 tendências no mercado de saúde que vão afetar o seu negócio

As mudanças no mercado são rápidas e podem pegar você desprevenido se não estiver atento. Aqui, Plínio Tomaz pondera sobre as tendências na área da saúde.

Ao contrário do que muitos imaginam, inovação não diz respeito apenas a novas tecnologias, mas também às mudanças no mercado e no comportamento da sociedade em geral. E tanto uma quanto a outra estão avançando tão rapidamente que é quase impossível acompanhar.

Por sua vez, ao falar de tecnologia, podemos desdobrar este tema em equipamentos, técnicas, materiais, processamento de dados e muito mais. Vivemos em um mundo muito dinâmico, com uma capacidade inédita e crescente de processamento de dados, transformando-os em informações úteis para o tomador de decisão, ou seja, o gestor. Fazer gestão é tomar decisões e, para isso, quanto mais informações úteis, rápidas e precisas tivermos, melhores decisões tomamos.

Neste artigo, quero te apresentar algumas das principais tendências para a saúde que observo para os próximos anos. Alguns dos principais institutos de pesquisas que analisam tendência apontam estes caminhos, aqui compilei os que considerei mais relevantes para que você já possa ir decidindo o que fazer a respeito.

1. Visão sistêmica do paciente

Cada vez mais, as instituições que oferecem aos pacientes um cuidado mais sistêmico, holístico e humanizado vêm rapidamente ganhando um espaço que antes era ocupado por clínicas ultraespecializadas, com enfoque apenas técnico.

As pessoas estão preferindo profissionais e instituições que vejam o global. Na Odontologia, por exemplo, segundo pesquisas da Tomaz Gestão e Marketing feitas com mais de 2,7 pacientes pelo Brasil, 87% das pessoas afirmaram que preferem um bom clínico geral, ao invés de um especialista em “seja lá o que for”, com exceção para cirurgias ortognáticas.

Além disso, a visão sistêmica aqui também diz respeito a observar e tratar o paciente como um todo, considerando e respeitando tanto o físico (não apenas a boca/dente) quanto o emocional. Quem insistir em não ver o cliente como um ser integral vai perder mais mercado a cada dia.

2. Serviços on-line

Os atendimentos à distância vieram para ficar. No Brasil e no mundo há uma forte tendência de ampliação das teleconsultas e pré-atendimento remoto. Embora alguns conselhos profissionais tenham algumas reservas quanto a isso, tanto os profissionais quanto – e principalmente – os pacientes estão pedindo e querendo isso, ou seja, a demanda de mercado é clara.

Mas como cirurgiões-dentistas poderão fazer atendimento on-line? Não com tratamento em si, por motivos óbvios, mas com o acompanhamento dos resultados pós-tratamento por aplicativos personalizados e histórico clínico colhidos previamente às consultas, só para citar alguns exemplos. Verifique a regulamentação vigente pelo CFO e mantenha-se em conformidade.

3. Tecnologia de impressão 3D

A utilização de impressoras 3D na saúde também já é algo real, tanto por injeção/adição quanto por desgaste.

Você pode fazer, por exemplo: próteses de baixo custo (ou pelo menos muito mais rápidas), reposição de tecidos (pesquise sobre isso, é incrível o que já estão fazendo), órteses diversas, reposição de cartilagens e muito mais.

Um bom sistema CAD/CAM pode ajudar muito em diversas especialidades, mas peço que enxergue além do óbvio. O que mais você pode fazer com uma impressora 3D não odontológica?

4. Responsabilidade social e sustentabilidade

O cuidado com o meio ambiente, assim como o seu exercício prático de cidadania, está sendo observado cada vez mais, principalmente pelas gerações X em diante.

A forma como você cuida dos resíduos (lixo) de seu consultório e a forma como trata seus colaboradores importa tanto quanto a sua capacidade de resolver um problema clínico. Isso já não é mais um detalhe, mas sim essência no padrão de escolha. E a tendência é isso se intensificar.

5. Serviços personalizados

Os produtos e serviços gerais e genéricos estão cada vez mais sendo colocados de lado, pois as pessoas preferem fortemente os serviços personalizados, customizados, do “meu tamanho”.

6. Gestão profissionalizada

Sabe aquela gestão que não é gestão, mas sim um baita improviso, uma “açãozinha administrativa” feita quando sobra tempo? Pois é… As clínicas e consultórios que insistirem nisso vão desaparecer. Aliás, já estão desaparecendo. Não terão como competir em um mercado organizado e profissionalizado.

7. Organização em redes

Quando profissionais amadurecem para o mercado e entendem que “iguais não são concorrentes, nem inimigos, mas companheiros de jornada”, o mundo se transforma. Há inúmeras redes se formando pelo Brasil com a visão e propósito de “fazer junto” – mais um motivo para os pequenos e desprofissionalizados começarem a se preocupar (e fazer alguma coisa a respeito).

8. Inteligência artificial (IA)

Tenho ficado admirado com tanta utilização prática da IA no mercado da saúde, cada dia mais acessível e presente em nosso dia a dia, inclusive no consultório. Pesquise, por exemplo, sobre o “Watson” da IBM e veja quantas coisas já estão presentes no mercado brasileiro ou mesmo em outros países. Já se utiliza muito em hospitais, por exemplo.

Também já temos secretárias (assistentes virtuais) que são, na verdade, IA. Funcionam bem e estão aprendendo com o tempo, tornando-se cada vez melhores e mais naturais.

9. Redes próprias

Trata-se de uma mudança no modelo assistencial, com estímulo à atenção primária, e o hospital não sendo apenas sinônimo de emergência, mas montando sua própria rede ambulatorial. O mesmo vale para operadoras de planos de saúde e odontológicos, substituindo a rede credenciada por rede própria com excelência.

Como isso vai afetar diretamente seu bolso? Aos que atendem pacientes de convênios, redirecionando-os para suas unidades próprias com benefícios e alta qualidade percebida. Isso não é tendência, aliás, já é uma realidade que apenas está sendo intensificada e acelerada.

10. Estímulo ao autocuidado

Isso está acontecendo em diversos níveis, mas podemos mencionar o estímulo aos dispositivos vestíveis (wearables) ou aplicativos de celular, que estão bem presentes em muitos consultórios. A filosofia do autocuidado e a corresponsabilidade do paciente (dividindo com o médico) também já são presentes.

A tendência aqui é dar cada vez maior enfoque em procedimentos preventivos que considerem o paciente como corresponsável por sua saúde, o que vale para alimentação, controles corporais (glicemia e pressão, por exemplo), exercícios regrados etc. Como você está envolvendo seus pacientes no autocuidado após a realização de um implante, por exemplo?

Por fim, está claro que tem muita coisa chegando e precisamos estar preparados para o que já sabemos que se aproxima. Minha sugestão é que você guarde este artigo e o estude. Leia várias vezes, faça anotações e defina um plano de ações para que possa estar à frente e antenado com o novo mundo. Caso contrário, por favor, só não vá dizer depois que não sabia ou “puxa, que surpresa”, ok?